quarta-feira, 28 de março de 2012

Informativo Sulleite destaca Onilo Ferreira






 
Onilo Roberto Ferreira, depois de se aposentar no Banco do Brasil entrou para a atividade rural. E já vão quatro anos que ele trabalha com terminação na pecuária de corte. Como sempre pensou em vender animais de qualidade e bem gordos, ele, desde o início procurou a assistência da cooperativa Sulleite. - Na época, o gerente era o Raul e o engenheiro agrônomo, o Marcos. Passei a comprar tudo que precisava lá e eles me dão as orientações que preciso, desde a quantidade de adubo, sementes, herbicidas... Mesmo não sendo cooperado, pois não é o meu segmento, recebo especial atenção do técnico, Leonardo Canabarro. Esta propriedade, localizada em Canelões e bem próxima da cidade, é uma área arrendada há quatro meses e possui cerca de 60 hectares. Ela já está inserida no Programa Luz para Todos, só que continua sem energia elétrica, o que dificulta o dia a dia de Onilo e sua esposa, Maria diante de tudo que ainda precisam arrumar para garantir o mínimo de conforto no trabalho.

- Sem investir não há como produzir, diz Onilo. E logo na entrada se avista uma pastagem de milheto com viço excepcional. Tem 30 vacas em 10 hectares que não conseguem baixar o pasto para que seja implantada a pastagem de inverno, prevista só para abril.

- O Leonardo sugeriu que poderíamos colocar até 50 animais aqui. A terra é muito boa e seguimos as orientações técnicas no preparo da pastagem. A área toda está dividida em potreiros de dois hectares cada, sendo feita uma rotação a cada semana com o gado de engorda que fica pronto em 60 dias. No entanto, o produtor tem encontrado dificuldade de reposição. Já têm 15 vacas que variam de peso entre 500 e 600 quilos que aguardam substitutas para dar conta de tanta comida.

Como sempre gostou da pecuária de corte, Onilo encontrou nela um objetivo para desfrutar do tempo livre que ganhou com sua aposentadoria, mas considera a atividade autossustentável. – Deve ser encarada como qualquer negócio. É um investimento que precisa ter retorno garantido e considero muito bons os resultados obtidos em quase cinco anos.

Patrimônio Imaterial - Orides Rodrigues


Garimpamos as histórias de pessoas da nossa terra que, em suas vidas simples e sem sobressaltos, nos remetem ao nosso passado histórico-cultural. Histórias que nos fazem ser o povo que somos hoje. Joca d’Ávila e Cláudia Schwab


Orides Rodrigues tem 84 anos. Nasceu lá para os lados do campo do Sarapico, filho de Leonel Rodrigues e Ondina da Costa. Diz seu Orides que estudou até o quinto ano, pois era só o que havia na escola do professora Jaquinha, Jesuína Jaques de Azevedo. Seu primeiro emprego foi como caixeiro. Serviu ao Exército e foi para Jaguarão, em um vapor de Rio Grande que chamavam "Gaiola", por ser muito velho. De volta para cá, trabalhou como padeiro na padaria do Abílio Rotta. Nesta época, lembra-se, "aramaram" a Barão do Rio Branco, no trecho entre o Clube Caixeiral e a atual Deodoro, pois a rua tinha muitos buracos e quando chovia "virava um rio".

Seu Orides vive um grande amor, há mais de trinta anos: Maria José Carrasco, a Zezé, que todos o dias acompanha seu amor até a esquina, quando ele vai trabalhar. E fica ali, acenado para ele toda a vez que se vira para vê-la e esperar os beijos que a amada lhe atira da ponta dos dedos. Pois é, seu Orides tem 84 anos, e ama. E trabalha, ainda! Aposentou-se, mas já faz 20 anos que cuida do galinheiro de galinhas crioulas do Esquerdinha.

Ele e Zezé fazem um casal alegre, que gosta de música. Ataúlfo Alves, João Dias e Francisco Petrônio e Dilermando Reis (lembram do disco "Uma voz e um Violão em Serenata"?) Mas a música do casal é o pagode "Mal acostumado". É que Zezé o "mal-acostumou" ao afeto de seus acenos na esquina, e ele, a ela, com sua atenção e amor.

Quem não conhece seu Orides pelo nome, o conhece pelo guarda-chuva, eterno companheiro. Sua perna dói, e como não gosta de muletas ou bengalas, leva o guarda-chuva como apoio. E é assim, apoiado em seu guarda-chuva, que percorre as ruas de Santa Vitória, da Coxilha até o Centro, sempre tranqüilo. Aliás, o segredo da vida longa, diz nosso entrevistado, é a calmaria. Para seu Orides, é como se tudo fosse "uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo..."