sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Programa Intervalo em 11/11/2011

                A VI Feira de Incentivo à Leitura, a nossa Feira do Livro está em seu segundo dia, e ontem na solenidade de abertura pude expressar para o público presente, o quanto a leitura pode transformar; o quanto a leitura influi na capacidade de pensar e como é importante incentivá-la desde a mais tenra idade, de forma que seja prazerosa e atraente... E foi com esse objetivo que a escritora Clarissa Meroni de Souza escreveu o livro Teatro na Escola, colocando nele toda a sua experiência como psicoterapeuta, professora, uma vivência que trouxe bons resultados pelo que podemos assistir na sua conversa de ontem.
            Clarissa foi a atração da feira no entardecer de ontem, surpreendendo-nos pela facilidade de comunicação, relatando um pouco do seu interessante trabalho. Mas ao entrevistá-la descobri uma afinidade dela maior ainda com Santa Vitória do Palmar. Pois ela contou que não vinha há 15 anos para cá, mas já tinha entrado aqui muitas vezes porque veraneava no Cassino e sua família, de vez em quando dava uma fugidinha até o Chuí... Clarissa lembra muito bem da galinha enfarofada que degustava na praça Gal Andrea, como momentos sublimes que vai guardar para sempre em sua vida. Ela disse também que vai levar a imagem de uma feira com ambiente extremamente acolhedor, colorido e criativo...
            Ela disse ter um carinho enorme pelo sul do RS porque também é cria da fronteira. Várias vezes durante a viagem para chegar em nossa feira, o seu editor, que por sinal deu um show de violão  observou o quanto ela teceu comentários sobre os cavalos que iam aparecendo pelo caminho que lembram muito a sua infância e suas raízes rurais.
            Diante disso questionei que as pessoas não se encontram por um acaso e ela concordou que realmente não é mera coincidência. Veio parar aqui depois de 15 anos porque foi indicada por um colega para vir à Feira do Livro, passando uma mensagem bastante construtiva para pais e professores. Clarissa mostrou que o teatro em sala de aula é uma ferramenta que pode mudar comportamentos, pois  trabalhar com alunos é um grande desafio. E para isso não é preciso palco, luzes, produção, enfim, cenário, basta o improviso para usar a arte como ferramenta de expressão. A arte é capaz de expressar o que se tem dificuldade de simplesmente verbalizar. Muitas vezes os alunos carregam para dentro da sala de aula, coisas que são mal resolvidas nas suas casas, e a birra, agressão, teimosia são apenas reflexos que podem ser manifestados e atenuados através da arte.
            Mas quando falei que a Clarissa não caiu aqui por acaso é porque ela veio enriquecer um trabalho que já vem sendo desenvolvido nas escolas de Santa Vitória, haja visto o que podemos assistir nesta VI Feira de Incentivo à Leitura, onde foram inúmeras as apresentações teatrais, que já estão sendo exploradas em sala de aula.
            Hoje pela manhã tivemos a oportunidade de assistir o trabalho do escritor, Walmor dos Santos com os estudantes que tiveram a oportunidade de conhecer o autor de livros que já vinham sendo trabalhados na escola, dentro de um projeto por iniciativa da Secretaria de Educação – Escola Leitora... Muitos alunos disputavam espaço para adquirir um autógrafo do escritor.
            E a programação continua com muitas atrações... Os livreiros oferecem obras interessantes, aceitam cartões de crédito, inclusive parcelam. É uma oportunidade para você adquirir um bom livro e para os seus filhos. É preciso que todos participem, prestigiem os eventos culturais para estimular as boas iniciativas, principalmente quando proporcionam informação, lazer, formação de opinião, tudo que se faz necessário para podermos cumprir a nossa missão e deixarmos a melhor herança para os nossos descendentes, que é o conhecimento.

Saudação da Patrona na abertura da VI Feira de Incentivo à Leitura

         Este é um final de semana encantado para mim que hoje tenho a felicidade, a honra de ser Patrona da nossa Feira do Livro... E acredito que também se sentem assim, todas essas abnegadas professoras, professores, e foram tantos que se envolveram na organização deste encontro cultural, sob a coordenação da Secretaria de Educação, da secretária Léa Feijó e sua equipe, um evento aberto a todas as formas de manifestação artística.
         Penso que uma feira de incentivo à leitura é um privilégio num município, que tem qualificação profissional para priorizar a educação, formando cidadãos conscientes para a construção de um futuro melhor.
         A interpretação é essencial em qualquer área, em qualquer disciplina e só é possível desenvolve-la através da leitura, que também enriquece o vocabulário e nos leva a descobrir o mundo. E dizem os especialistas que ler é benéfico para a saúde mental, é o melhor exercício para a mente, pois reforça a conexão entre os neurônios. Mas, o mais importante é que o exercício da leitura permite a formação dos nossos próprios conceitos. Por isso, quando as escolas incentivam à leitura estão cumprindo a sua missão de formar alunos conscientes.
         Vejam que o autor, ao escrever compartilha histórias, emoções, conhecimentos, até para futuros leitores, por inúmeras gerações que se identificarem com os seus escritos, tanto em livros, jornais, revistas, que ficam no passado, estão no presente e também no futuro.
         Desde a infância é preciso incentivar à leitura, e hoje existem inúmeros formas de atrair e trabalhar com as crianças e adolescentes. A escritora que amanhã estará conosco, Clarissa Meroni de Souza, inclusive já lançou um livro – Teatro na sala de aula...
         Mas, pela minha experiência, o recado que deixo aqui é que a leitura deve sempre ser um prazer, atrair o leitor e jamais vista como um castigo. Quando a minha filha tinha uns nove ou 10 anos escolhi alguns livrinhos de literatura infanto juvenil e todos os dias, ao escurecer eu  a fazia  sentar ao meu lado e ler, ao menos um trecho do livro... Era uma briga. Numa conversa com a professora Suraia, ela disse – Me manda a Laura que vou ajudá-la... Realmente, a leitura não pode ser enfadonha, o leitor é que deve escolher o quer ler e em qual local vai ler...
         Pois é, a leitura tem que ir se adaptando à época, à idade, aos ipads, iphones, enfim, mas a fantasia, o romance, os fatos históricos, biografias, costumes, diferenças culturais, religiosas são referências que devem se perpetuar através das gerações, até para servir de parâmetros nas sociedades de todos os tempos. Por que nos sentimos atraídos pelos épicos?
         Mas o estímulo à leitura faz a diferença... Eu ouvi que não importa o quanto se lê (afinal a gente, hoje nem tem tanto tempo), mas é importante como se lê porque a leitura requer atenção, reflexão, espírito crítico para desenvolvermos a capacidade de pensar. Quando estudei jornalismo, na faculdade existia uma competição, a gente era pressionada a ler tantos livros/semana/mês, e isso não foi nem um pouco positivo, tanto que nem lembro mais o conteúdo de algumas obras.
         Já quando estudei o primário, no Manoel Vicente do Amaral, era uma novidade, uma alegria quando chegava a hora de irmos para a biblioteca e escolhermos o livrinho para ler. Tinha até fitinhas que eram presas no uniforme e a cor indicava a nossa posição no ranking de leitura... No final do ano ganhávamos prêmios.
         É claro que a tecnologia moderna veio para facilitar e agilizar a vida de todo mundo, mas como reflexão, queridos pais, professores e alunos, pensem que não podemos permitir que se “modele o processo do pensamento”, deixando-nos na superficialidade, sem tempo para que seja desenvolvida a capacidade de pensar. Deixo aqui este tema como sugestão para debate, pois vejam que Até a nossa língua portuguesa está sendo descaracterizada! A nossa programação, inclusive conta um espaço, amanhã, as 21 horas para debater o futuro da literatura.
         Bom, essa honraria, essa homenagem destacando-me como Patrona da VI Feira de Incentivo à Leitura quero reafirmar que é gratificante para quem escreve, trabalha com textos e tem o ofício de informar... Aqui estou como “embaixadora” deste evento, e ficarei à disposição de todos que precisarem da minha ajuda. Muito obrigado!