terça-feira, 22 de novembro de 2011

Criação & Grãos - Informativo Sindicato Rural e Associação dos Arrozeiros

                          
                                        80ª Expofeira tem a marca do centenário

                 No ano em que comemora o seu centenário, o Sindicato Rural realizou a 80ª Expofeira, de 25 de outubro a 04 de novembro com extensa programação. A mostra foi inaugurada oficialmente no sábado (29), ao cair da tarde, sob os acordes da Banda dos Fuzileiros Navais e o desfile dos campeões. No palanque da pista central estiveram inúmeras autoridades: Presidente do nosso Sindicato Rural, Fábio A.Rodrigues; Prefeito Municipal, Eduardo Morrone; Presidente da Farsul, Carlos Sperotto; Superintendente Senar/RS, Gilmar Tietböhl; representante da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Antônio A. Filho; Presidente da Câmara local de Vereadores, Neri Mirapalhete; Secretário Municipal de Agricultura, Roberto Carlos Silveira; Secretário da Cultura, Esporte e Turismo, Kininho Dorneles; Presidente da Associação Nacional de Criadores, Mário U.Anselmi; Presidente do Irga, Cláudio Pereira; Presidente da Sulleite, Carlos Talavera Campos; Presidente do Sindicato Rural de Pelotas e Presidente do Sindicato Rural de Barra do Ribeiro, Marília Terra Lopes; Presidente do Sindicato Rural do Chuí, Leão Bermudez; Presidente da Divisão de Projetos do Senar/RS, Flávio Gomes; Gerente Adjunto da Emater Pelotas, Cesar Demenech;
 Chefe do escritório local Emater, Miriam de Farias; Deputado Federal, Luiz Carlos Heinze.
            Na saudação do Presidente, Fábio A. Rodrigues, ele lembrou a trajetória da entidade centenária, que sempre esteve como porta-voz das reivindicações do setor, além de ter aberto espaço para a instalação do Ginásio na cidade e construindo uma Casa de Saúde que leva o nome do ex-presidente, Antônio de Oliveira Rotta... - O Sindicato sempre contribuiu na resolução dos principais problemas de nossa região, educação, saúde e alimentação.
            Fábio falou da modernização da entidade que acompanhou a evolução da atividade rural, hoje referência na sociedade rio-grandense.  - Nossas perspectivas se abrem com a instalação do parque eólico... E ao afirmar que todas as dificuldades, ao longo dos anos foram sendo vencidas, fortalecendo cada vez mais a entidade, ele disse que esse é o diferencial do campo, e que as lutas foram exitosas, através da integração dos sindicatos, pela constante troca de conhecimentos dentro do Sistema Farsul.
   - Vamos continuar escrevendo a história desta terra e de sua gente, através do campo, com inspiração para melhorar a cidade. Nosso compromisso é preservar a natureza com projetos que tenham sustentabilidade econômica, mas que valorizem o meio ambiente...
193 animais vendidos da  Raça Hereford
faturamento: R$ 604.260,00
 47 animais vendidos da Raça Angus
faturamento: R$ 231.450,00
 688 animais vendidos Gado Geral
faturamento: R$ 490.515,00

Criação & Grãos

Encontro na 80ª Expofeira dá início às comemorações dos 25 anos
O Cite 73 realizou um encontro que fez parte da programação da 80ª Expofeira, prestando homenagens aos  compa- nheiros pioneiros e também aqueles  que desempenha-ram relevante papel em prol do grupo. Esta programação deu início aos festejos dos 25 anos do Cite 73, fundado em 17 de outubro de 1987.
  - Estamos aqui porque um ilustre gaúcho teve a idéia de reunir produtores em grupos para a troca de experiência em função  de seus  interesses comuns.–Assim,o Presidente da nossa entidade, Marco Antônio Petruzzi referiu-se  à GetúlioMarcantônio, citando, inclusive frases dele, que bem caracterizam o espírito citeano, como por exemplo, uma que diz muito do Cite 73, pois lembra que a terra deve ser vista como fonte de vida e com consciência para entregá-la aos filhos mais rica em fertilidade do que fora recebida.
   - Há 24 anos, um jovem produtor,veterinário, entendeu que deveria reunir alguns amigos no Posto Ipiranga (Curral Alto), Luiz Renato Reis (Nanato), que hoje podemos considerar o nosso patrono.
  Entre os pioneiros, Nanato citou Raul Amoza, Sérgio Arriada, Valdir Silveira, Florindo Torres... Os primeiros integrantes do Cite de Santa Vitória do Palmar presentes na ocasião festiva foram agraciados com uma lembrança, assim como os demais homenageados, num gesto de reconhe- cimento e já como um chamamento rumo aos nossos 25 anos. Entre os demais homenageados: Luiz Renato Reis, José Alcindo de Souza Ávila (representando a Farsul, Casa Rural e Federacite), Juliano Bolzoni (Sebrae/RS), Gilmar Tietböhl (Superintendente Senar/RS), Alcides Renato (Senar/RS), Marcelo (Emater Sta. Vitória), André Bacelo (precursor da Apecan, que acaba de ser registrada) e Carlos Alcy Cardozo que testemunhou, como engenheiro agrônomo da Secretaria Estadual de Agricultura em Santa Vitória há 35 anos, a fundação dos cites em Porto Alegre, com Getúlio Marcantônio, numa reunião que contou com mais de 400 engenheiros agrônomos e veterinários.

Baile das debutantes do Clube Comercial

             

Fotos Ângulo Perfeito/ Édipo


Valsa das flores         por José Golgerci




                 A noite das debutantes é sempre uma reverência à primavera, então, elas são as flores, suaves como a própria criação      musical de Tchaikovsky na valsa das flores de “O quebra-nozesem que elas deslizam pelos salões conduzidas por seus pais, orgulhosos, apresentando-as oficialmente à sociedade. O Clube Comercial viveu sua noite da grande gala, na terça-feira passada, em meio a uma decoração assinada por Vivi Pires, copos-de-leite distribuídos entre um jogo de luzes coloridas, dando ao ambiente um toque exótico e romântico. A música de Nicolas Tammer e o príncipe, Thiago do Carmo emprestaram brilho à festa, nas danças e maneira de conduzir as debutantes e tituladas no decorrer da apresentação.
            A Rainha do Clube Comercial, a bonita, Carolina Spotorno de Souza vestiu vermelho e prata, modelo de estilista caxiense; nos aplausos à Rosa, Cândida Domingues Correa com uma criação de costureiro de Pelotas; a Destaque, Nathássia Oliveira Suetergarau semrpe linda usou etiqueta Luciana Couzin; a Glamour, Nasla Sena Soares surgiu de lilás, um encanto; Luisa Ferreira da Silva, Debutante do Ano usou modelo no tom ouro (Pelotas); a Visitante, Isabel Teixeira Krause de Pelotas, bonitíssima. Na relação das debutantes, Alexandra Conceição Reboledo (modelo chuiense), Ana Paula Maciel de Lima com longo assinado por Marília Ribeiro da Crisântemo; Ângela Schwab Morrone escolheu a reconhecida Isabel Ramires como estilista; Isabella Rosales Azeredo deu continuidade ao bom gosto de sua modista, Carmem Schwank; Sabrine Correa Mirapalhete Lima vestida por Isabel x Isabel (estilista e a bordadeira), Vanessa dos     Santos Dachery (modelo Luxo Belle) ela é  a debutante do Laranjal Praia Clube.

Gente Nossa

Por José Golgerci

Na vida social de Pelotas, a trajetória de Santa Vitória

         Há algumas décadas, nossa gente tem brilhado intensamentes na cidade-princesa dos gaúchos, já virou tradição dar foco aos santa-vitorienses que circulam por Pelotas, e sempre receberam citações dos reconhecidos colunistas sociais, Hérton de Leon, Carlos Alberto Motta, Henrique Luis Costa dos Santos (in memoriam) e até os dias de hoje são notícias veiculadas pelos cronistas, Flávio Mansur ou Marina de Oliveira. Aliás, pelo Diário Popular sempre estiveram na proa, os Rotta, Estrella, De Marco, Maciel e hoje perfilam-se, Gislaine Goldebaum, Catiara da Costa e sua mãe, Iara Terra da Costa e tantos outros de importância afim. Recentemente, na “Festa Momento Feminino” está  nome de Iara Terra da Costa entre as personalidades deste 2011 da sociedade pelotense.
Foram inúmeras as manifestações carinhosas conduzidas ao alinhado, Sennen Alex Gutierrez por motivo do aniversário dele, cujo fecho das comemorações, depois de um dia de festas, nos turnos da E.E. Professor Abílio Azambuja, da qual é diretor, realizou-se na sede social da OAB, uma divertida noite de Halloween antecipada ou uma festa mútua. A musicalidade da noite coube ao repertório atualíssimo da Dj Madalena. O recepcionista na frente do recinto onde acontecia a balada, Lucas Gutierrez acolhia os convidados caracterizado conforme pedia a ocasião. Os anfitriãs, Sennen Alex e a namorada, Ingrid Faria receberam com um notável figurino alusivo à proposição da temática.
Outras: * A senhora, Lenisete Pereira Rodrigues, a nova Madrinha da Saudade do CLO junto à encantadora, Luize da Porciúncula Corrêa na festa em que o casal, Lauge Corrêa e Lourdes ofereceram nos salões do E.C.Vitoriense, pelos 15 anos de idade da filha. * Mais uma vez, o Festival do Estudante “O Teatro dos Campos Neutrais, o de número dois, realizado nos dias 25, 26 e 27 de outubro foi coroado de pleno êxito, no palco do Independência sob os aplausos de grande público prestigiando-o pela manhã e tarde e ainda as presenças de um júri atento às cenas e que soube decidir os melhores da temporada, na realidade, houve pleno acordo de todos com as escolhas dos itens. No camarote, a convite da Escola Bernardo Arriada julgando os espetáculos apresentados, o júri composto pelos nomes de Mauro Edu Amaral, Cristiano Lima, Eraci Vidal, Lauren Rodrigues, Lisarb Pereira Rodrigues (representando a 18ª CRE), Mônica Balleja, Rosemary Canabarro e Ida Rodrigues. De parabéns o Mecenas das artes cênicas, Joca d’Ávila, idealizador e organizador do festival.***

Remate das estâncias Mauá e Charrua

         

         
Momento notável para comemorar 100 anos de genética Hereford
Fotos de Sérgio Oliveira - Vídeo e Foto Color


       O remate anual de produção das estâncias Mauá e Charrua, realizado no dia 31 de outubro, este ano ganhou um tom festivo, já que os proprietários comemoram 100 anos de genética Hereford, coincidindo com as comemorações do centenário do Sindicato Rural na 80ª Expo Feira, e um requintado almoço com familiares, amigos e clientes das famílias Anselmi e Castro antecedeu a feira. A ocasião foi permeada de homenagens onde Mário Ubirajara Anselmi exaltou todos os momentos marcantes que, até hoje, têm feito a Mauá, um lugar de prosperidade e aprimoramento.
      - Tomara que esta genética continue pelos netos, bisnetos... Esse é o desejo de Bira que relembrou a 1ª Exposição, em 1911, quando o avô de sua esposa Maria Heloisa participou como criador de Hereford obtendo o grande campeonato (herança genética da Mauá que teve início com 15 vaquilhonas, presente do sogro, Bilate Castro e sua esposa, Dalvinha). Bernardino de Souza Castro (Juca) já criava Hereford desde 1908. A visão de Manoel Vicente do Amaral também foi evidenciada, pois em seu discurso na inauguração da primeira exposição  preconizava que   aindústria do sal seria substituída pela do frio e os criadores deveriam buscar melhor qualidade de carne.
            Ao elucidar tantos nomes que tiveram relevante importância na sua jornada, Ubirajara Anselmi evidenciou o da companheira, Maria Heloisa, que sempre o acompanhou, inclusive, na beira das mangueiras. Ele foi mencionando tanta gente, como o primeiro cliente, Manoel Bonifácio Corrêa, cumprimentou todas as diretorias passadas do Sindicato, através de Flor Amaral, que fora o presidente no cinqüentenário da entidade; também à Tia Mimosa Rotta Devildos, a mais idosa presente naquele momento e que seu esposo, Armando sempre fora um fiel comprador da Mauá; os funcionários mereceram especial destaque, na pessoa de Orlando Martinez, que há 20 anos acompanha a família na Estância Charrua; os técnicos da Associação de Hereford não ficaram esquecidos, como o Pedro Brasil, Cláudio Argondizo e atualmente, Jaques Leston; ainda mereceu referência, Marcos Munhoz, que  transporta os animais nos 38 anos em que a Mauá participa de exposições no estado; como não lembrar de Oraídes Terra, oásis do Arroito, que tudo disponibilizava como vizinho nos momentos de grandes dificuldades, como           na enchente de 1967.
    O ambiente familiar foi apontado como fator de grande realização: - Feliz dos pais que recebem a colaboração dos filhos, que só vêm para acrescentar. Falo do Mário Neto e Marcelle, da Lúcia e do meu genro veterinário, Leandro, todos nos dão a maior força.
    Sempre demonstrando grandiosa satisfação pela presença de amigos e o calor da família, Bira, ao final falou da figura do pai, Mário Anselmi e da mãe, Aladi (Deca)Rotta Anselmi: - Meu pai marcou muito a minha vida. Foi um exemplo como advogado... O choque de gerações existe sempre, mas nessa hora são as mães que intercedem, “amaciam”... Devo muito ao meu pai que fez investimentos nas propriedades para gerar conforto e pensando no futuro... Lá no Arroito, sozinho, eu pensava que o meu pai tinha que ser eterno pela sua capacidade de trabalho, atendia o escritório, à estância, o jornal e à família sem ter uma secretária... Ele vai continuar eterno para mim.

Social

Gabriela é o destaque da geração santa-vitoriense
Na  perolada festa do jornal O Vitoriense,  a  destacada beleza de Gabriela Gallo de Souza Gay foi proclamada Broto-2011 para o aplauso intenso dos presentes nos salões doClube Comercial. Daquele instante a seguir, a linda Gabriela iniciou os preparativos rumo ao Certame    Broto Rio Grande do Sul em Venâncio Aires,uma grande festa jovem que reune todas as idades em torno das candidatas convidadas pela promoter, Quinha. Foram inesquecíveis os momentos na “Terra do Chimarrão”, naquela  data, a capital da beleza jovem, onde se destacou muito a representante de nossa Santa-Vitória.

Vereadora Maria Hylma


(Coluna edição novembro 2011)

Uma manifestação dos vereadores da bancada do PT, tendo em vista o “Caso Elisiane”,  contou com a adesão de todos os partidos da Câmara de Vereadores de Santa Vitória do Palmar, sendo encaminhada ao Presidente da casa e deverá também chegar aos deputados estaduais, federais e senadores gaúchos. Veja a íntegra do documento:

“Senhor Presidente: A Bancada do Partido dos Trabalhadores e demais vereadores com assento na Casa, diante da comoção dos santa-vitorienses que notabilizou por todo o território nacional, do Oiapoque ao Chuí, o “Caso Elisiane”, requer a Vossa Excelência que esta Casa manifeste soluções imediatas no que tange a falta de leitos, uma UTI Neonatal na Santa Casa de Santa Vitória do Palmar e uma ambulância UTI para recém-nascidos e gestantes.
                - Considerando a posição geográfica de nosso município distante 250 km da cidade mais próxima;
                - Considerando o número precário de leitos neonatal (SUS) nas cidades de Pelotas e Rio Grande;
                - Considerando que os 12 leitos recém inaugurados na cidade de Canguçu não suprem a necessidade do sul do estado, e a distância entre esta cidade é de 300 km;
                - Considerando que uma ambulância UTI neonatal para resgatar paciente em Santa Vitória percorre 500 km ida/volta até Pelotas ou Rio Grande e 600 km até Canguçu;
                 - Considerando que o hospital de Santa Vitória, que atende também o município do Chuí, é o primeiro e único localizado na fronteira do Brasil com o Uruguai, porta de entrada de milhares de turistas.
                Solicitamos que o Poder Legislativo, louvando a vida de nossos munícipes envie correspondência ao Ministro da Saúde, ao Secretário Estadual da Saúde, à Presidência da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Câmara dos Deputados e Senado Federal para que o município seja contemplado com o programa federal “Rede Cegonha” no que se refere a uma SAMU equipada para gestantes e uma UTI Neonatal com quatro leitos para a Santa Casa de Misericórdia de Santa Vitória do Palmar.
                Esperamos, diante do exposto, que as autoridade ligadas à saúde priorizem nosso município no momento de escolherem as comunidades contempladas com o Programa Rede Cegonha.
                Desta feita a sorte premiou a família San Martins. Após 530 km angustiantes, encontraram a luz em Novo Hamburgo, outros casos que por ventura vierem a acontecer, talvez não tenham o mesmo final feliz.
                Contamos com a solidariedade das autoridades federais e estaduais na luta por uma saúde de qualidade aqui no extremo sul do Rio Grande do Sul.
                Sala das Sessões em 31 de outubro de 2011. Assinaturas dos vereadores: Maria Hylma Azambuja Castro (PT), Neri Pinto Mirapalhete(PT), Sidnei Souza san Martins (PT), Juscely dos Santos C.Aguiar (PT), Sidney Nunes das Neves (PDT), Pitágoras Marzullo Viana (PT), Marco Antônio Boa Nova (PSDB), Maria do Rosário T. Obelar (PP) e Cecy Soares Correa (PTB).

Vera Miranda (coluna de Joca e Cláudia schwab)

Vera Miranda recebe-se a sí mesma em seu chiquérrimo endereço e não sabido da Barra do Chuí  


            As dunas branquíssimas de areias monazíticas, como outrora divulgado, oriundas do Mar de Aral, resplandeciam ao sol primaveril do fim de tarde mais meridional do Brasil quando Verinha Miranda abriu as portas de seu retiro praiano para receber-se a si própria e a diversos outros elegantérrimos convidados, das infra, extra e das mezzo esferas. Os trabalhos foram abertos e conduzidos pela afilhada dileta de VM, a famosa e queridinha dos famosos, má cantora, modelão e mística,  Preta Geyborandeza de los Panos de Jesús, que recomendou o especialíssimo cardápio de inspiração russa à base de ovos, pela profunda significação de renascimento que estes acepipes trazem. Ovos de casca de ouro das gansas vermelhas da criação privê que Vera Miranda mantém em seus Campos Elíseos de Cebollatí, para as omeletes, tortillas e mayonèses; ovas de violinha da mangueira pescadas no Arroio Chuí (adivinhem quem lá as botou para serem pescadas por Luciano Miranda?) e preparadas à milanesa por Verinha Miranda, em regozijo por mais este petit cadeau que ofereceu a seu esposinho; ovos de pavoa real dos Jardins da Capela Sistina, de lá trazidos pelas puras mãos do Papa Bento Bentíssimo Desasseis para as sobremesas de ovos moles e ovos nevados aromatizados com baunilhas do monte Ararat e ovos das galináceas de Madagascar criadas pelo eternamente jovem filósofo, ator e diretor teatral e global, hortelão, galinista e galã Joca Jojoca Negro Renato de los Ávila y Ávila Loiroency, utilizados por Bru Miranda - recém saída de seu luto, para produzir um alcoolissíssimo licor de ovos e vodka das estepes da Sibéria. A decoração todinha em ovos Fabergé deslumbrou até os mais espiritualizados.                                                                                                                                                Lá’stavam: Xico Xavier, psicografando compulsivamente várias mensagens de seu mestre Allan Kardec; Ghandi e Madre Teresa de Calcutá tomavam chá de Santo Daime e jogavam Gamão enquanto distribuíam sorrisos e amabilidades a todos; o Guru Rallah Ricotah; Mãe Menininha do Gantois, administrando uma crise entre Ogun, Yansã e Xangô e jogando búzios; Índia Potira e Cabocla Jurema fazendo consultas e trazendo amores perdidos em apenas três horas; além da Cigana que leu o meu, o seu, o nosso destino. Virgem Maria iluminava com seu halo um belo recanto, ensimesmada, cantando nana nenê e boi-da-cara-preta, em sânscrito castissimo, para deleite e encanto de Nani Miranda.                                                                                                                                                                                 No jardim lateral do solar, a assistente e educadora social-social-social, über dês-organizadora de eventos e zen-tudo, Malíssima Rúbia Má-dalena Mesquita y Mesquita de los Papagayos Azules, assessorada por sua inseparável aprendiz, a new beatle e hippie pós-moderna Aimée Desirée Fripp Fripp Fripp Carpado de Todos Los Santos, construíam uma impressionante mandala com a simbologia dos 5 elementos e conduziam uma vivência astral com o representante direto de Jah e deus negro jamaicano, Bob Marley.  Jung, Froid e Lacan foram sabatinados por Preta Geyborandeza, com tradução simultânea para o Sânscrito feita pela cultíssima Nani Miranda que teve sua tradução pirografada em pergaminhos do mar Cáspio pelos gênios Vicente e Valentin Miranda, os já nossos conhecidos ex-e futuro bebês Obino. Preta, em transe espiritual, perguntava aos três gênios da psiquiatria: “Quem nasceu primeiro? O ovo? Ou a Galinha?” Mas por mais que perguntasse, resposta ela não tinha.                                                                                                                                                                     Todos os convivas vestiam trajes oferecidos por Vera, confeccionados em puro e branquíssimo linho egípcio tramado com delicados fios de ouro branco pelo tecelão do faraó Tut-Ank- Amon e executados pela haute coutture de Madame Channel, para elas, e Mestre Armani, para eles. Coco, a propósito, desceu de seu lugar no céu, à direita do Senhor, para vestir  literalmente para a ocasião, aanfitriã Verinha.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                Os atrativos culturais da noite ficaram a cargo da transmissão em 13 D de 13 dos 14 filmes produzidos na vida pelo cineasta russo Sergei Eisenstein e pelos sonoros acordes desfiados pelo maestro russo Sergei Prokofiev para que o bailarino russo Rudolf Nureiev pudesse dar suas pirouettes, piquets e grand jettés inigualáveis. Em êxtase, Michail Gorbachev e Lech Valesa alisavam os bigodes de Lênin e brindavam entusiasticamente com litros de vodka, deglutida ferozmente em parceria com Bru Miranda, que pelo prolongado luto, contraiu um chic e elegante alcoólico coma (nas alturas, a dindinha Amy, dizia a Hosana das Alturas, balançando a cabeça: “Que bonitinha... Puxou à madrinha!!”). Dostoiévski maravilhou a todos, contando intermináveis e deliciosas histórias de crimes e castigos. Show à parte foi dado por Uri Geller, que desentortou as orelhas do genial impressionista Van Gogh e do gênio da matemática mergulhão, professor Carlitos de los Silva and Silva.  A Rainha de Copas não foi convidada. Elegante e discreta como sempre, Vera Miranda não foi vista por seus convivas e nem mesmo por ela própria ...

Patrimônio Imaterial

            "Camoca..."       por Joca d'Ávila e Cláudia Schwab


                  Ermelino dos Santos Correa tem 75 anos e é morador da Coxilha desde sempre. É pedreiro por profissão. Quem é Ermelino? Ermelino é o seu Camoca, do Barracão. Este, sim, todos sabem quem é. Contando a história do seu Camoca, contamos grande parte da história do samba em Santa Vitória, através da história da Escola de Samba Barracão. E com a história do Barracão, vai se tecendo a história da família Melo Corrêa, alma do Barracão, e com eles, a história da Coxilha, berço do Barracão. Mas vamos começar do início.                                                                                                                                                                                        A raiz do Barracão está em seu Dico, sogro do seu Camoca, que realizava festas, bailes em barracos na Coxilha. No carnaval, formava cordões com este povo, frequentador das festas. Estes cordões tinham girafa e bumba meu boi. O boi era Seu Dominguinhos, que no dizer do seu Camoca era “um negro sem vergonha, onde ele estava não tinha ninguém triste”. Dos bailes de pátio surgiu a idéia de fundar a escola de samba. A partir dos estatutos da Academia do Samba de Porto Alegre e com a ajuda do Cláudio Cava, foi fundado o Barracão. O time de futebol do bairro, o Piratini, foi absorvido pela escola de samba e serviu de tema do 1º desfile, que incluiu um barco chamado Piratini, como o time. No ano seguinte, o tema foi o Barracão de Zinco, com um carro alegórico que levava um barraco de onde saía inclusive fumaça pela chaminé.  O Leandrinho foi um dos pioneiros. A velha guarda era composta pela Calista, a Santa, a Vera do Pita, a Maria Gata, e tinham o respaldo, o apoio técnico da Dona Eva do Alfredo, da Dona Lurdes e da Dona Izaltina, entre outras.    O primeiro casal de porta estandarte foi o Camoca com a Marlene, o Oliveira foi o primeiro passista, a Beth Cabreira a primeira rainha da bateria. Puxadores de samba foram muitos: Adilson, Sandro, Joca D’Ávila, Volmair Acosta, Kriguer, com o Sulmar no cavaquinho.  Nos últimos anos os puxadores foram o Miltinho e a Elisângela, as filhas Dene e Shela. A Dene foi porta bandeira, a Kika Cabral, madrinha da bateria. As baianas Zezé, Ermíria, Nena Araújo. E muitos outros nomes, tantos que não dá para citar todos, mas cada um importante e inesquecível. Logo após a fundação da escola, vieram convites para viajar a várias cidades do Uruguai. E muitas viagens foram feitas nos tempos áureos do Barracão. O primeiro presidente foi o Calídio Schwanck, o atual é o Oldemar Melo, o Mano, filho do Camoca, Presidente de Honra. Hoje o Barracão começa a recobrar vida, e para isso trabalha com dedicação a famíla Melo Correa. Na sede da escola tem domingueiras todos os domingos e numa parceira com a FURG, recebem um projeto de extensão de alunos do curso de Turismo Binacional, com cursos de artesanato, teatro e expressividade e iniciante de turismo, para crianças, adolescentes e adultos da região.                                                                                                                                                                                                           Dos temas dos carnavais passados, seu Camoca destaca a homenagem a Jorge Amado, quando não só a Coxilha, mas gente de toda a comunidade santavitoriense vestiu-se como os personagens do escritor: Gabriela, Dona Flor, Vadinho, dentre outros. Outro destaque foi o tema “Velhos são os trapos”. E em todos eles, sempre tem a mão de um Melo, de um Corrêa, na composição, no figurino, na voz, nos adereços, na bateria... Afinal, foi no pátio da casa desta “família Barracão” que nasceu a escola de samba. E da escola, quantos músicos e cantores de destaque: a imortal Marlene Melo, a Dene e a Shela (herdeiras do talento da mãe), a Elizangela, o Kriguer, o Tatalo e quantos mais! E para o futuro... bem, o futuro se faz hoje, com a bateria mirim da escola, formada pelos meninos da Coxilha, Pinhos e da Vila Nova, pequenos ritmistas de quem todos nós certamente  iremos ainda muito ouvir falar.

I Festival de cinema Digital

                                  O I Festival de Cinema Digital proporcionou prêmios de Melhor Curta aos alunos da escola Marechal Soares Andréa do Chuí, que foram motivados pelo professor Joca d’Ávila e a diretora, Sandra Haveman para viverem “Cinco minutos de fama digital”.  Esse trabalho, pioneiro em termos de escolas no RS, teve início a partir de uma aula de inglês onde os alunos fizeram um vídeo legendado que empolgou Joca e Sandra, levando-os à organização do festival, apesar da escola não dispor de um espaço apropriado. A escolha de cada grupo foi livre dentro dos temas: Drogas, violência contra a mulher, preconceito racial, social e sexual, trabalho infantil, esporte como atividade social, gravidez na adolescência, preservação ambiental, cultura de fronteira. Os curtas puderam envolver 5% de atores da comunidade e foram, ao todo, 14 filmes, apresentados em duas etapas.  Os selecionados (melhor diretor, atriz, ator, fotografia...) receberam troféus e os melhores serão apresentados na Casa de Cultura (Uruguai) e na Net/Pelotas, podendo ir para o Youtube.                                                                                                                                                                Melhor Filme - Preto e Branco; 2º Melhor Filme - De volta aos que me amam; Melhor direção - kimberli; Melhor Ator - Michel; Melhor Atriz - Bianca; Melhor ator coadjuvante - Clark; Melhor atriz coadjuvente - Valentina; Melhor fotografia - Diário de um adolescente; Prêmio Espeia do Júri - Preto e Branco. (A entrevista com a diretora da Soares Andréa, Sandra, na próxima edição!