segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A força dos ventos em Santa Vitória do Palmar e Chuí

"Viemos para ficar"
- Cada dia que passa ganhamos maior credibilidade da comunidade e dos produtores rurais de Santa Vitória do Palmar e Chuí, pois a Pampa Energia Eólica veio para ficar, no mínimo por 20 anos. Estamos na fase final do projeto executivo com previsão para final de 2012, sendo que a obra já está em andamento, enfatiza Adelar Schmitt, gerente de projetos.
Entre os principais entraves está a falta de segurança, já que as torres de medição de vento vêm enfrentando frequentes roubos, ao ponto de ser necessário desativar uma delas.
- O estado tem obrigação de manter a ordem, pois a nossa responsabilidade é manter o bom fluxo técnico do projeto e informar as autoridades dos problemas que enfrentamos na questão da segurança. Os vândalos devem ser penalizados pelos atos cometidos. Nós, da Pampa Eólica já sofremos oito investidas de vândalos que roubam e quebram os equipamentos eólicos. Outras empresas instaladas aqui também sofrem com isso. São fatos que criam uma imagem muito negativa destas cidades no mundo eólico, pois este complexo fronteiriço que está sendo instalado será o maior da América Latina, lamentou Adelar.
Ainda sobre a questão da segurança, a Pampa Eólica, que mantém grande proximidade com os proprietários dos campos, informa a cada um sobre os estágios da obra, como por exemplo, a presença de técnicos, topógrafos, fiscais amentais que precisam entrar nas áreas.
   O mercado de energia eólica no Brasil está em extrema rapidez de consolidação. Nesta região, com a linha de transmissão, a logística favorável para implantação, uma futura conexão com o Uruguai e o fato de ser considerado o maior parque do mundo, onde está a melhor jazida de vento do Brasil, capaz de gerar energia limpa e competitiva, como não acreditar?

Os investidores apostam nesta região e outros virão, sendo imprescindível o apoio das comunidades e dos governos, estadual e municipal, enfim, das autoridades para garantir, principalmente, a segurança, inclusive dos munícipes, já que as obras de energia eólica atrairão muita gente de fora, a exemplo da época da construção da BR471 e com o advento da lavoura de arroz.

         Em abril de 2011 foram conquistados 16 parques eólicos em leilão para a nossa região, que totalizarão 402 megawatts de potência. Será um dos maiores empreendimentos eólicos que deverá atrair investimentos, inclusive no turismo. A energia gerada aqui será conduzida para o Brasil através do sistema integrado de transmissão.
Vale lembrar que tudo começou em 2005, com a prospecção de áreas para o desenvolvimento dos projetos; em 2006 foram colocadas as primeiras torres de estudo; a partir de 2007 tiveram início os estudos ambientais e etapas de medição; em 2009, o Governo Federal decide realizar o primeiro leilão de energia eólica; em 2010 foram habilitados os projetos da Pampa Energia Eólica, inclusive em Santa Vitória do Palmar e Chuí, sendo que a empresa faz uma parceria com a Eletrosul que coordena a implantação dos parques; em 2011, a Pampa Energia Eólica e Eletro- sul comercializam 402 megawatts (Santa Vitória e Chuí), sendo o valor do megawatt/hora ofertado, o mais competitivo do mundo.
Com um investimento de 1,5 bilhões de reais foi muito grande a busca de segurança jurídica e técnica, considerando cada fase:
Primeira – Contratação da
área com análise preliminar; segunda – Verificação da questão fundiária das áreas; terceira – Instalação das torres de medição de vento e licenciamento ambi- ental (R.A.S. – Relatório Ambiental Simplificado, licença prévia e posterior pedido de licenciamento para instalação que depende de um monitoramento de 12 meses durante as quatro estações). Paralelo a isso é feito um estudo para definir onde serão colocadas as torres geradoras (feito um layout) dependen-do também de um estu- do ambiental; quarta – Habilitação do projeto, o que leva de dois a três meses de análises no Ministério de Minas e Energia.
A formação do consórcio com a Eletrosul, que é empreendedora de geradores foi outro ponto importante, já que a Pampa Eólica é uma desenvolvedora do projeto para a construção do parque. Todo o equipamento elétrico deverá ser fornecido por uma empresa europeia com forte presença no Brasil. As obras civis serão executadas pela Schahin Engenharia. A partir de março de 2014 há obrigação de entregar a energia produzida aqui.
O parque Geribatu, em Santa Vitória prevê 258 megawatts. Serão 129 aerogeradores, numa área cerca de 4.500 ha.. Os geradores serão fornecidos pela espanhola Gamesa (60% dos equipamentos produzidos no Brasil). As torres terão 78 metros, produzindo dois megawatts de potência cada uma.
O parque Chuí prevê 98 megawatts. A
IMPSA (empresa argentina) é encarregada do forne- cimento de equipamentos elétricos e a Schahin fará a construção civil, ocupando uma área de dois mil hectares.

Micro usina produz as primeiras amostras de doce de leite


André apresenta as primeiras amostras de doce de leite


Já estão sendo analisadas as primeiras amostras de doce de leite produzido na micro usina. - Estamos Buscando qualidade, desenvolvendo um sabor que seja apreciado nesta região. Trata-se de um produto totalmente natural e ainda estamos observando o seu tempo de prateleira - explica André Mendes, gerente de produção da micro usina.
Em princípio, o leite disponibilizado para o doce de leite está saindo de uma única propriedade, que é próxima da usina, já que inicialmente não deverá ultrapassar os 40, 45 mil litros/mês. - Com o tempo iremos adaptando outros estabelecimentos, pois é necessário um controle rigoroso do produto que utilizamos. Quanto melhor a qualidade do leite, melhor o produto final. No caso do doce, queijo, conforme o grau de acidez, o leite não é utilizado, pois requer atingir certo padrão -.
A meta é lançar um produto lácteo diferenciado, que agrade o paladar do santa-vitoriense, e isso não será difícil, pois a micro usina trabalha com baixa escala de produção.
O gerente geral da Cooperativa Sulleite, Marcos K. Pereira informou que ainda há etapas a serem cumpridas até o doce de leite chegar aos consumidores. - Depois de atingir uma padronização em sabor, textura, nível de açúcar, vida na prateleira, ainda vem a questão burocrática, como código de barras, rótulo, embalagem... -
A micro usina, agora também conta com o now how de Silvana Batista, que depois de realizar um curso de lacticínios de três anos em Juiz de Fora, MG, e manter uma queijaria em Santa Vitória veio agregar a sua experiência à micro usina.
- Todos os dias, o leite nos surpreende, por isso realizamos detalhada análise... Há toda uma técnica para fazer um bom produto, evitando problemas para nós e para os consumidores. Em breve estaremos colocando no mercado, queijo, doce de leite, nata, produzidos aqui e o pessoal vai gostar muito - aposta Silvana, que é responsável pelo desenvolvimento das receitas dos doces e queijos fabricados na micro usina.
Silvana Batista

“O mundo em 2050 e os desafios para o agronegócio”


"O Mundo em 2050 e os Desafios para o Agronegócio Brasileiro" foi o tema que trouxe o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, no dia nove de agosto, para uma palestra no parque do Sindicato Rural. Ele abordou um estudo sobre o agronegócio que a Farsul vem trabalhando, com análise científica, construindo cenários com projeção do futuro que já começou.
Primeiramente foram apresentados dados do Banco Mundial, mostrando, por exemplo, que há 50 anos eram 67 pessoas produzindo alimentos para si e para 33 consumidores urbanos; em 2010, pela primeira vez na humanidade, a população urbana é maior que a rural no mundo. – De 1960 a 2010 dobrou a população da terra... Em 2050, além de ter mais gente para se alimentar, 70% estarão no meio urbano. Num espaço de 40 anos houve uma grande transformação. O nosso desafio é enorme para alimentar essas pessoas até 2050, disse Antônio.
O Brasil precisa produzir mais para si e para os outros, considerando o mundo comercial em potencial que existe na Ásia (+ 1,2 bilhões) e na África (+ 965 milhões de consumidores).
– Num curto espaço podemos expandir nossos produtos, com boas oportunidades de investimentos. Só é preciso sair da zona de conforto e, mesmo que aqueles continentes não tenham boa estrutura, temos que procurar colocar nossos
escritórios lá.
Já considerando as projeções da Farsul, Antônio da Luz mostra que em 2050, a renda per capta projetada será de 11.200 dólares no mundo, igual a que hoje temos no Brasil.
– Hoje, no mundo, a renda per capta é de seis mil dólares, portanto haverá um aumento de 84%, o que implica em maior consumo. Em cima disso começamos a projetar os produtos agropecuários, pois há comprovação de que aumentando a renda, as pessoas passam a consumir mais carne.
A tendência mostra que em 2040, o consumo de aves será maior que o de carne suína, hoje mais consumida no mundo. Já a carne bovina, como leva mais tempo para produzir não poderá servir para matar a fome mundial, mas é um produto de luxo, para quem tem maior poder aquisitivo. O consultor chamou a atenção de que o Brasil só não supera os Estados Unidos na produção bovina. – No entanto, a carne americana é cheia de produtos químicos, não é saborosa, tanto que lá, os consumidores das classes média e alta procuram a carne australiana e da Nova Zelândia... Mas até quando os americanos vão impedir a entrada da nossa carne?
No Brasil, o consumo interno de carne bovina é de 86%, sendo 14% para a exportação, mas Antônio da Luz informou que a cada 1% no aumento do salário médio brasileiro, aumenta 0,54% o consumo de carne. Se em 10 anos houver um crescimento de 3% no salário pensem que passaremos a consumir mais carne que nos Estados Unidos. E é o Brasil que possui maior potencial de terras disponíveis e apropriadas para a agricultura, sendo que ainda usamos menos de 3% do território. – Haja grão para suprir o consumo mundial e a própria pecuária. Soja, milho, arroz, sendo que a utilização do milho no etanol ainda é uma incógnita; o arroz tem projeção de crescer 50% em 2050, o que é expressivo. O consumo está estável no Brasil, mas aumenta no mundo, sendo um grande mercado a descobrir, evidenciou Antônio da Luz.
Fábio apresenta o palestrante
A conclusão é que quem produzir no agronegócio, num sistema organizado terá boa remuneração. Mas o Brasil ainda precisará acertar a questão tributária, a liberdade de mercado para diminuir custos de produção, tornando-se mais competitivo.



Transferências dependem de vagas em hospitais de referência

A saúde é sempre um desafio para os gestores e as soluções só poderão vir de um sistema integrado que realmente seja efi- ciente, garantindo o atendimento, principalmente emergencial nos hos- pitais de referência. Do contrário, mu- nicípios como o nosso, por exemplo, sempre ficarão sujeitos à morte de pacientes.

- Nosso hospital é o único na região, atendendo 40 mil pessoas dentro das limitações que possui. A grande preocupação é a superlotação no Pronto Socorro, onde atendemos 97% de internações quando não deveríamos passar de 60%. Haveria neces- sidade de mais um médico de plantão. Também é preciso dizer que 90% dos casos não são emergenciais, mas ambulatoriais, esclarece Noris Gon- zalez, diretora geral da Santa Casa de Misericórdia. Ela diz que outro aspecto a considerar são as trans- ferências de pacientes, já que temos dois hospitais de referência (Pelotas e Rio Grande) que só aceitam a liberação de leitos mediante contato direto entre médicos. O plan- tonista chega a ficar três horas ao telefone para fazer esse agen- damento e enquanto isso, outros casos também de emergência aguardam na sala de espera. Houve casos de pacientes que pre- cisaram aguardar três dias por um leito, prin- cipalmente em U.T.I.
-Para amenizar a situação manttemos uma sala de esta- bilização, onde o paciente é monitorado até a hora do embar-que, mas sem aquele atendimento especializado que pre- cisa, correndo o risco de falecer... E ainda enfrentamos dificuldade para o transporte desses pa- pacientes graves. Temos a SAMU básica que se transforma em U.T.I., mas só pelo SUS e para adultos, sendo gerenciada pela Secretaria Municipal da Saúde. O hospital apenas vende os serviços de médicos e enfermeiras, explica a diretora.
Já nos casos de outras transferências (neonatal, infantil...) é preciso buscar o serviço de U.T.I. da Unimed, que leva de 12 24 horas para chegar aqui. – Vamos discutir essa questão numa reunião com secretários de saúde da região, pois a situação está bastante difícil, diz Noris.
A diretora admi- nistrativa da Santa Casa, Alexandra Rivero ainda acrescenta como agravante, que o médico de plantão, em relação à transferência, não pode liberar a ambulância sem ter garantido o leito no hospital de destino. Trata-se de uma política nacional, mes- mo nos casos par- ticulares.
- Além da sobrecarga no atendimento pelo SUS, a tabela é deficitária, pois desde 2006 não é revisada... Vejam que precisamos manter retaguardas dentro do hospital, como os setores de costuras (roupas para o bloco cirúrgico, len- çóis...), nutrição, la- vanderia, recursos humanos. São serviços pagos com recursos de internações... Em cima do que a prefeitura nos repassa precisamos acrescentar R$ 30 mil para conseguir cumprir o estabelecido no convênio, coloca A- lexandra.
O diretor técnico do hospital de Santa Vitória, Fabiano Gon- zales reitera a gravidade da situação quando são necessários atendimentos especializados. Segundo ele há uma desorganização nas referências, que não são bem definidas. Embo-ra repasse o dinheiro, o governo não dispo- nibiliza determinadas especialidades. O seu ponto de vista é que deveriam receber os pacientes, independente de vagas, a exemplo do Pronto Socorro. _ Vejam a situação de um hospital como o nosso com uma criança em estado grave, sendo que seria melhor mantê-la num local onde tem o espe- cialista que ela precisa e maior facilidade de remanejo. Acho uma falha grave da re- ferência. As políticas estaduais e coorde- nadorias devem me- lhorar para também termos bons reflexos aqui.


A Portaria Ministerial 2048 em seu capítulo II coloca como uma das atividades gestoras da re- gulação de ur- gência: "decidir os destinos hos- pitalares não a- ceitando a ine- xistência de lei- tos vagos como argumento para não direcionar os pa- cientes para a melhor hierarquia disponível em ter- mos de serviços de atenção de ur- gências, ou seja, garantir o aten- dimento nas ur- gências, mesmo nas situações em que inexistam leitos vagos para a internação de pa- cientes (a chamada "vaga zero" para internação). Deverá decidir o destino do paciente basea-do na planilha de hierarquias pactuada e dis- ponível para a região e nas in- formações periodicamente atualizadas; sobre as condições de atendimento nos serviços de ur- gência, exercendo as prerrogativas de sua autoridade para alocar os pacientes dentro do sistema regional, comunicando sua decisão aos mé-dicos assistentes das portas de urgência".

Sessão de Antanho

Política

Novos desafios, novas competências, continuidade dos bons projetos...
Afinal, o que a população espera da nova administração municipal?

Ao Poder Executivo cabe governar, administrando os recursos públicos conforme a lei; ao Legislativo cabe fiscalizar ações do Executivo, propor e votar leis, apreciar matérias, votar orçamentos públicos, examinar contas públicas e até julgar membros do próprio Legislativo e Executivo. Como se vê, as responsabilidades não são poucas, por isso devem ser atribuídas aqueles políticos que os cidadãos tenham confiança quanto à capacidade e honestidade, tão em desuso no Brasil. Nesta reportagem que terá continuidade na próxima edição buscamos alguns munícipes e suas sugestões quanto a serviços essenciais para melhorar a qualidade de vida da comunidade, como saúde, educação, infra estrutura básica, ações necessárias para maior segurança...

Educação
"Nestes últimos anos, o sistema educacional progrediu muito, pon- tificando entre as várias comunidades do RS... A modificação que ocorreu, principalmente com as escolas do interior, com destaque para o segundo grau em Curral Alto, foi fantástica! Espero a continuidade desse trabalho. Assim como o novo Código Profissional dos Professores que é outra conquista a ser mantida e também o Plano de Educação foi muito importante. No entanto, o ensino bra- sileiro é uma das maiores desgraças deste país. Os poderes Legislativo e Executivo do estado cometem uma falha brutal. Vejam que a justiça exige que o estado pague o piso de R$ 1500,00 aos professores, mas o governador, que assinou a Lei Federal na época, não quer cumprir e a justiça não exige nada dele... Se não tivermos uma escola padrão não adianta quotas, vestibular pela internet. O que precisamos é de uma escola de qualidade desde o primeiro ano primário. Santa Vitória tem apresentado evo- lução, mas as limitações financeiras na área estrutural e dos professores são muito graves. Como velho professor espero que continuem a melhora que tivemos e que Santa Vitória possa ser com outras comunidades, o grito para resolver os problemas. Se não ti- vermos um professor com ótima formação cultural, jamais teremos um ensino de qualidade. A época dos milagres passou... Um professor que ganha R$ 750,00 não pode estar na melhor classe, melhor área social e muito menos de aprimorar porque não tem como fazer um curso fora de Santa Vitória do Palmar... Espero que tenhamos uma evolução coletiva (Federação/Estado/Município) para resolver os problemas de educação, pois volto a repetir, a época dos milagres acabou. E essa estrutura de Santa Vitória deve servir de amparo às reivindicações do ma- gistério do país inteiro. Isso não é pretensão louca, pois a gente precisa dar o primeiro passo... Quando a escola é boa todos vão bem! Que o trabalho feito aqui tenha continuidade e que as autoridades se lem- brem que foi um profes- sor que proporcionou essa condição.
Professor Homero Suaya Vasques Rodrigues.

 Urbanismo
"Espero que o novo prefeito, ao assumir possa fazer uma boa administração. Que seja um homem honesto e invista mais em saúde, segurança, educação, que abra mais escolas. Aqui no meu bairro (Coxilha), onde resido há mais de 60 anos (hoje tem 82 anos de idade) o que precisa com mais urgência é uma arrumação nas ruas, fazer meio-fio... No centro da cidade, atualmente está melhor que em outros anos. Esperco que isso continue!" Antônio Herculano Rodrigues Correa

Transportes

"Há expectativa de que irão melhorar as estradas do nosso interior com a chegada da eólica, mas é preciso lembrar que ao começarem a retirar o calcário de conchas do Arroito havia o mesmo anseio, chegaram a balizar a estrada do Marmeleiro, que ao contrário ficou destruída pelas carretas carregadas de conchinhas... Hoje, no município há maior fluxo de veículos nas estradas, o transporte pesado cresceu, há maior número de caminhões circulando e a infra estrutura continuou a mesma... Vejam que os deslocamentos são mais constantes. Diante disso, além da manutenção é necessário uma reestrutura, adequando as estradas a uma nova realidade. Temos uim município bantante extenso, são muitos quilômetros até a sede, além disso, a distância dificulta obtermos material, como saibro, por exemplo... No Marmeleiro, todo mundo esperava que as carretas carregadas de "conchinhas" voltariam com saibro, o que não aconteceu." Marcos Munhoz - Empresário dos transportes

"Santa Vitória está diante de uma transformação econômica, com investimentos no município. Temos uma perspectiva interessante, com mudança da estrutura produtiva, novas culturas, mas temos os nossos problemas estruturais. O município é extenso; a produção precisa ser escoada e precisamos ter estradas, que são um problema crônico, em pontes, drenagem, enfim, investimentos... Também necessitamos estruturar a saúde, comunicação e a educação precisa ter uma forte atenção. É inadmissível, numa sociedade globalizada, ainda termos problemas de comunicação, transmissão de dados... Ainda mais com a chegada da energia eólica. É importantíssimo que tenhamos restaurantes, hotéis. Só como exemplo, não possuimos um lugar adequado e de qualidade para jantar em Santa Vitória. Então os setores de serviços devem se adequar a essa nova realidade que já está aí." Fábio Avancini Rodrigues, empresário rural, Presidente do Sindicato Rural de Santa Vitória do Palmar.

Patrimônio Imaterial

Garimpamos as histórias de pessoas da nossa terra que, em suas vidas simples e sem sobressaltos, nos remetem ao nosso passado histórico-cultural. Histórias que nos fazem ser o povo que somos hoje.   Joca D'Ávila e Cláudia Schuab

                     "Sana, sana, colita de rana..."
 
"...si no sana hoy, sanará mañana". "Assim mesmo eu coso, osso rendido, nervo magoado, veia sentida, carne quebrada". " Eu te benzo contra olho grosso e bruxaria". Quem nunca ouviu estas e outras rezas e cantilenas quando criança? Quem nunca levou um filho para benzer contra quebranto? Ou não colocou uma pequenina figa na roupinha do bebê?
A tradição das benzedeiras, intimamente ligada às culturas de origem africana, é forte, aqui. A mão que desenha o sinal da cruz sobre a cabeça do doente, o ramo de ervas que salpica água benta. Quem nunca ouviu falar de Siá Delfa, ou da Dona Lourdes, que além de benzedeira de mão cheia e coração grande, via o futuro no copo?
Mas hoje, a nossa benzedeira é a Dona Sulma, que Siá Delfa e Dona Lourdes certamente nos protegem de lá, do outro lado, anjos da guarda da Coxilha, abençoando-nos do céu.
Sulma Melo Correa é filha de Elvira Melo de Melo, lavadeira, e Ariolino Melo, eletricista, esta gente maravilhosa que fundou o Barracão, um verdadeiro templo do samba, do carnaval e da alegria em nossa cidade. Nasceu em 1934. Casou-se com Antônio Ercilino Rodrigues Correa, com quem teve três filhos, que lhe deram três netos. Foi doméstica durante muitos anos, morou outros tantos em Montevidéu, com familiares.
Gosta de música e de festa, mas sua música preferida é "Esta Melodia", do Jamelão ("Quando vem rompendo o dia, eu me lavanto e começo logo a cantar, esta doce melodia..."). Mas gostava mesmo de ouvir era na voz da irmã Marlene, que agora canta com os anjos no céu. E lembra dos bailes do finado Longo, os bailes da comunidade, realizados em casas de família. O seu grande amor, Antônio, conheceu em uma quermesse da igreja. Ele foi seu pajem na novena do Mês de Maria.
Dona Sulma sabe todas as benzeduras, porém não sabe como aprendeu. Simplesmente ficou sabendo. É assim. Ser benzedeira é dom, é missão. Missão que dona Sulma cumpriu sempre com respeito e dedicação, sob a proteção de São Benedito.
Dona Sulma, que São Benedito siga a amparando, sempre.

Senado aprova diploma obrigatório para jornalistas

O Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)33/2009, em segundo turno por 60 votos a 4, tornando obrigatório o diploma de curso superior de Comunicação Social, habilitação jornalismo, para o exercício da profissão. A matéria agora segue para exame da Câmara dos Deputados.

Apresentada pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), a PEC dos Jornalistas acrescenta novo artigo à Constituição, o 220-A, estabelecendo que o exercício da profissão de jornalista é "privativo do portador de diploma de curso superior de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, expedido por curso reconhecido pelo Ministério da Educação".
A proposta tenta neutralizar decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de junho de 2009 que revogou a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. De 1º julho de 2010 a 29 de junho de 2011, foram concedidos 11.877 registros, sendo 7.113 entregues mediante a apresentação do diploma e 4.764 com base na decisão do STF.
Defesa do diploma

       
Pela proposta, é mantida a tradicional figura do colaborador, sem vínculo empregatício, e são validados os registros obtidos por profissionais sem diploma, no período anterior à mudançaAgência Senado ( 07/08/2012)


      Ao defenderem a proposta, as senadoras Ana Amélia (PP-RS) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) se disseram honradas por serem formadas em jornalismo. O senador Paulo Davim (PV-RN) destacou o papel da imprensa na consolidação da democracia, enquanto Magno Malta (PR-ES) disse que o diploma significa a premiação do esforço do estudo. Wellington Dias (PT-PI) lembrou que a proposta não veta a possibilidade de outros profissionais se manifestarem pela imprensa e disse que valorizar a liberdade de expressão começa por valorizar a profissão.
Já o senador Antonio Carlos Valadares, autor da proposta, afirmou que uma profissão não pode ficar às margens da lei. A falta do diploma, acrescentou, só é boa para os grandes conglomerados de comunicação, que poderiam pagar salários menores para profissionais sem formação. "Dificilmente um jornalista me pede a aprovação dessa proposta, pois sei das pressões que eles sofrem", disse o autor.
Valadares contou que foi motivado a apresentar a proposta pela própria Constituição, que prevê a regulamentação das profissões pelo Legislativo. Segundo o senador, se o diploma fosse retirado, a profissão dos jornalistas poderia sofrer uma discriminação.
"A profissão de jornalista exige um estudo científico que é produzido na universidade. Não é justo que um jornalista seja substituído em sua empresa por alguém que não tenha sua formação",
declarou o senador.
Mais qualidade, ética e reconhecimento à busca do aperfeiçoamento não podem ser limitantes à liberdade de expressão! E viva o bom senso! E que prevaleça o bom senso no exame da matéria na Câmara de deputados!