- Cada dia que passa ganhamos maior credibilidade da comunidade e dos produtores rurais de Santa Vitória do Palmar e Chuí, pois a Pampa Energia Eólica veio para ficar, no mínimo por 20 anos. Estamos na fase final do projeto executivo com previsão para final de 2012, sendo que a obra já está em andamento, enfatiza Adelar Schmitt, gerente de projetos.
Entre os principais entraves está a falta de segurança, já que as torres de medição de vento vêm enfrentando frequentes roubos, ao ponto de ser necessário desativar uma delas.
- O estado tem obrigação de manter a ordem, pois a nossa responsabilidade é manter o bom fluxo técnico do projeto e informar as autoridades dos problemas que enfrentamos na questão da segurança. Os vândalos devem ser penalizados pelos atos cometidos. Nós, da Pampa Eólica já sofremos oito investidas de vândalos que roubam e quebram os equipamentos eólicos. Outras empresas instaladas aqui também sofrem com isso. São fatos que criam uma imagem muito negativa destas cidades no mundo eólico, pois este complexo fronteiriço que está sendo instalado será o maior da América Latina, lamentou Adelar.
Ainda sobre a questão da segurança, a Pampa Eólica, que mantém grande proximidade com os proprietários dos campos, informa a cada um sobre os estágios da obra, como por exemplo, a presença de técnicos, topógrafos, fiscais amentais que precisam entrar nas áreas.
O mercado de energia eólica no Brasil está em extrema rapidez de consolidação. Nesta região, com a linha de transmissão, a logística favorável para implantação, uma futura conexão com o Uruguai e o fato de ser considerado o maior parque do mundo, onde está a melhor jazida de vento do Brasil, capaz de gerar energia limpa e competitiva, como não acreditar?
Os investidores apostam nesta região e outros virão, sendo imprescindível o apoio das comunidades e dos governos, estadual e municipal, enfim, das autoridades para garantir, principalmente, a segurança, inclusive dos munícipes, já que as obras de energia eólica atrairão muita gente de fora, a exemplo da época da construção da BR471 e com o advento da lavoura de arroz.
Em abril de 2011 foram conquistados 16 parques eólicos em leilão para a nossa região, que totalizarão 402 megawatts de potência. Será um dos maiores empreendimentos eólicos que deverá atrair investimentos, inclusive no turismo. A energia gerada aqui será conduzida para o Brasil através do sistema integrado de transmissão.
Vale lembrar que tudo começou em 2005, com a prospecção de áreas para o desenvolvimento dos projetos; em 2006 foram colocadas as primeiras torres de estudo; a partir de 2007 tiveram início os estudos ambientais e etapas de medição; em 2009, o Governo Federal decide realizar o primeiro leilão de energia eólica; em 2010 foram habilitados os projetos da Pampa Energia Eólica, inclusive em Santa Vitória do Palmar e Chuí, sendo que a empresa faz uma parceria com a Eletrosul que coordena a implantação dos parques; em 2011, a Pampa Energia Eólica e Eletro- sul comercializam 402 megawatts (Santa Vitória e Chuí), sendo o valor do megawatt/hora ofertado, o mais competitivo do mundo.
Com um investimento de 1,5 bilhões de reais foi muito grande a busca de segurança jurídica e técnica, considerando cada fase:
área com análise preliminar; segunda – Verificação da questão fundiária das áreas; terceira – Instalação das torres de medição de vento e licenciamento ambi- ental (R.A.S. – Relatório Ambiental Simplificado, licença prévia e posterior pedido de licenciamento para instalação que depende de um monitoramento de 12 meses durante as quatro estações). Paralelo a isso é feito um estudo para definir onde serão colocadas as torres geradoras (feito um layout) dependen-do também de um estu- do ambiental; quarta – Habilitação do projeto, o que leva de dois a três meses de análises no Ministério de Minas e Energia.
A formação do consórcio com a Eletrosul, que é empreendedora de geradores foi outro ponto importante, já que a Pampa Eólica é uma desenvolvedora do projeto para a construção do parque. Todo o equipamento elétrico deverá ser fornecido por uma empresa europeia com forte presença no Brasil. As obras civis serão executadas pela Schahin Engenharia. A partir de março de 2014 há obrigação de entregar a energia produzida aqui.
O parque Geribatu, em Santa Vitória prevê 258 megawatts. Serão 129 aerogeradores, numa área cerca de 4.500 ha.. Os geradores serão fornecidos pela espanhola Gamesa (60% dos equipamentos produzidos no Brasil). As torres terão 78 metros, produzindo dois megawatts de potência cada uma.
O parque Chuí prevê 98 megawatts. A
IMPSA (empresa argentina) é encarregada do forne- cimento de equipamentos elétricos e a Schahin fará a construção civil, ocupando uma área de dois mil hectares.