segunda-feira, 20 de agosto de 2012

“O mundo em 2050 e os desafios para o agronegócio”


"O Mundo em 2050 e os Desafios para o Agronegócio Brasileiro" foi o tema que trouxe o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, no dia nove de agosto, para uma palestra no parque do Sindicato Rural. Ele abordou um estudo sobre o agronegócio que a Farsul vem trabalhando, com análise científica, construindo cenários com projeção do futuro que já começou.
Primeiramente foram apresentados dados do Banco Mundial, mostrando, por exemplo, que há 50 anos eram 67 pessoas produzindo alimentos para si e para 33 consumidores urbanos; em 2010, pela primeira vez na humanidade, a população urbana é maior que a rural no mundo. – De 1960 a 2010 dobrou a população da terra... Em 2050, além de ter mais gente para se alimentar, 70% estarão no meio urbano. Num espaço de 40 anos houve uma grande transformação. O nosso desafio é enorme para alimentar essas pessoas até 2050, disse Antônio.
O Brasil precisa produzir mais para si e para os outros, considerando o mundo comercial em potencial que existe na Ásia (+ 1,2 bilhões) e na África (+ 965 milhões de consumidores).
– Num curto espaço podemos expandir nossos produtos, com boas oportunidades de investimentos. Só é preciso sair da zona de conforto e, mesmo que aqueles continentes não tenham boa estrutura, temos que procurar colocar nossos
escritórios lá.
Já considerando as projeções da Farsul, Antônio da Luz mostra que em 2050, a renda per capta projetada será de 11.200 dólares no mundo, igual a que hoje temos no Brasil.
– Hoje, no mundo, a renda per capta é de seis mil dólares, portanto haverá um aumento de 84%, o que implica em maior consumo. Em cima disso começamos a projetar os produtos agropecuários, pois há comprovação de que aumentando a renda, as pessoas passam a consumir mais carne.
A tendência mostra que em 2040, o consumo de aves será maior que o de carne suína, hoje mais consumida no mundo. Já a carne bovina, como leva mais tempo para produzir não poderá servir para matar a fome mundial, mas é um produto de luxo, para quem tem maior poder aquisitivo. O consultor chamou a atenção de que o Brasil só não supera os Estados Unidos na produção bovina. – No entanto, a carne americana é cheia de produtos químicos, não é saborosa, tanto que lá, os consumidores das classes média e alta procuram a carne australiana e da Nova Zelândia... Mas até quando os americanos vão impedir a entrada da nossa carne?
No Brasil, o consumo interno de carne bovina é de 86%, sendo 14% para a exportação, mas Antônio da Luz informou que a cada 1% no aumento do salário médio brasileiro, aumenta 0,54% o consumo de carne. Se em 10 anos houver um crescimento de 3% no salário pensem que passaremos a consumir mais carne que nos Estados Unidos. E é o Brasil que possui maior potencial de terras disponíveis e apropriadas para a agricultura, sendo que ainda usamos menos de 3% do território. – Haja grão para suprir o consumo mundial e a própria pecuária. Soja, milho, arroz, sendo que a utilização do milho no etanol ainda é uma incógnita; o arroz tem projeção de crescer 50% em 2050, o que é expressivo. O consumo está estável no Brasil, mas aumenta no mundo, sendo um grande mercado a descobrir, evidenciou Antônio da Luz.
Fábio apresenta o palestrante
A conclusão é que quem produzir no agronegócio, num sistema organizado terá boa remuneração. Mas o Brasil ainda precisará acertar a questão tributária, a liberdade de mercado para diminuir custos de produção, tornando-se mais competitivo.



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