segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Na busca do equilíbrio...

16/12/2011- INTERVALO

                Ao chegarmos no limiar de um novo ano avizinham-se anseios de renovação e surgem expectativas, reflexões, reascendemos nossas esperanças de um mundo mais harmonioso, de maior equilíbrio familiar...
            No panorama mundial vimos questões cruciais que vem desalinhando a Europa, por exemplo.  A crise do Euro está fazendo balançar a economia de países considerados de primeiro mundo. Os mercados estão em pânico. E com o colapso na zona do Euro podem vir conseqüências desastrosas, o continente pode vir a ser conturbado por levantes como já aconteceram na metade do século passado.
            O fato é que as tensões na Europa estão aumentando. Há uma desarmonia  entre os países europeus que estão suscetíveis às flutuações da economia mundial. Mas, na realidade, se trata de uma crise internacional do sistema capitalista, sendo que os Estados Unidos é que são o epicentro dessa crise, só que a Europa sofre os ataques do mercado financeiro porque está mais fragmentada.
            Esse quadro internacional deixa claro que a situação econômica, as relações de propriedade, enfim, os bens de mercado incitam antagonismos até dentro das nações, no mesmo continente e desestabilizam a base familiar, as relações patrão/empregado, etc..
            Em síntese, uma crise financeira é capaz de provocar o caos, a ditadura e até a guerra.
            Uma linha ideológica aponta que a solução para harmonizar o mundo e fazê-lo progredir é mudar as relações de propriedade, expropriando bancos e grandes corporações, além das principais fortunas privadas, fazendo com que as  necessidades sociais precedam os impulsos de obtenção de lucro. O mundo ficaria estreitamente conectado, econômica e socialmente, com a colaboração da classe trabalhadora. Mas seria essa a solução para harmonizar o mundo?
            Será que não tem uma solução mais equilibrada, sem extremismos? Nos  parece que nos dois extremos, a sociedade  ficam a margem.
            Parece difícil encontrar o centro, pois ao girar num sentido, a roda-viva não deixa tempo para os homens  refletirem e mudarem o rumo, dando o devido valor e atendendo o real objetivo do capital.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

V Seminário da Ecopalmar apresenta alto nível de palestras (Intervalo - Rádio Cultura)

 (02 dezembro 2011-12-02)

            O V Seminário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Ecopalmar, Associação de Preservação Histórica, Arqueológica e Paleontológica e Instituto Litoral Sul, com o apoio da Prefeitura Municipal proporcionou exposições desde o dia 28 de novembro e palestras no dia 30, sediadas no Clube Comercial.
            A Fundação Zoobotânica trouxe uma mostra de fotografias, o Eco Museu do Hermenegildo apresentou a exposição Gigantes do Passado, assim como a “Lixo Marinho/Costeiro”, e o evento culminou com uma quarta-feira (30) que contou com excelentes palestrantes, como o ecólogo e coordenador de educação ambiental da FZB, Felipe Amaral, também a bióloga Luiza Chomenko, o engrº.agrº. Gilson Teixeira, o técnico da ESEC Taim, Henrique Ilha e Miguel da Guia, da Furg.
            Ao abrir o ciclo de palestras, o Presidente da Ecopalmar, Maurício Machado prestou uma homenagem à companheira há pouco falecida, Darci Calvete, que figura entre os fundadores da entidade e também foi idealizadora do Seminário. Maurício ainda falou das atividades da Ecopalmar, a finalidade principal que visa a busca de qualidade de vida para a população, com sustentabilidade e preservação ambiental.
            Na manifestação do Prefeito, Eduardo Morrone, ele agradeceu a Ecopalmar pela realização de um evento de qualidade e destacando os visitantes estendeu o seu cumprimento a todos os participantes. – As ações que a Ecopalmar tem promovido são de extrema importância para a Prefeitura... Somos herdeiros de uma cultura produtivista. Como engenheiro, desde a faculdade havia grande dificuldade de inserir disciplinas de proteção ao meio ambiente, mas desde esse período aconteceram iniciativas protecionistas e agora chegamos a um momento de diálogo entre protecionismo x desenvolvimento... -
            O ecólogo, Felipe Amaral abordou Educação Ambiental, Sensibilização e Mobilização Social, levando todos a uma reflexão sobre a necessidade de mudança de lógica e ampliação da discussão da cultura ambiental. O racismo ambiental (comunidades com diferentes possibilidades ambientais), a ambientalização, por exemplo, a inserção de uma cultura nova em um território, como o eucalipto que pode inviabilizar outras culturas produtivas. Assim, Felipe foi deixando interrogações: - Será que o crédito de carbono é justo? Queremos justiça climática, políticas que atendam cada questão com atenção. Para melhor compreensão, ele comparou o tipo de mobilização que não é o mesmo nas inundações em populações ribeirinhas e quando um furacão atinge todo mundo.
            No movimento ambiental ainda está faltando diálogo com outros meios, mas Felipe entende que a Eco 92 (RIO) chamou pela primeira vez as comunidades para a discussão. Ele também ressaltou que na questão da reciclagem perdemos o caminho, pois as campanhas deveriam abordar a necessidade de produzir menos lixo.
            Ainda na parte da manhã, a bióloga, Luiza Chomenko, da FZB e também integrante do Conselho da Alianza del Pastizal fez um relato sobre essa iniciativa, que visa a conservação dos campos nativos e envolve Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai. A Alianza del Pastizal trabalha agora na criação de um selo de certificação para a carne de animais nascidos e criados em propriedades que mantenham metade da área de campo nativo. Além disso, já há trabalho na área do arroz, com manejo diferenciado, tendo em vista a preservação ambiental.
            Outro tema relevante nas palestras do V Seminário foi o arroz orgânico Amigo do Taim, a cargo do engenheiro, Gilson Teixeira. Ele evidenciou fatores necessários para uma produção ecológica, que normalmente contraria tendências e não tem um mercado pronto, nem pacote tecnológico. O arroz Amigo do Taim vem sendo produzido por seis produtores da Associação dos Trabalhadores da Lavoura (assentamento com crédito fundiário) desde 2003 e na safra 2004/2005, buscando uma solução comercial fez uma parceria com a Josapar. Hoje, a produção total é de 13 mil sacos em 180 hectares, com média de 100 sacos/ha, contando com o apoio do Nema (Núcleo e Educação e Monitoramento Ambiental).
            Henrique Ilha, da ESEC Taim veio mostrar um pouco da história da região e as atividades, recursos e transformações que vem acontecendo para valorizar os atrativos da flora e da fauna do local. Hoje, o Taim, com 33 mil hectares está em processo de ampliação com uma proposta técnica de incorporação de propriedades públicas, como exemplo, a Fazenda Caçapava e implantação de uma zona de amortecimento. As unidades estão bem equipadas e tem trabalhado diretamente com pescadores e pecuaristas (parceria para manutenção). O sistema de telas está sendo reconstruído e a casa de bombas será utilizada como mirante e para exposições, sendo que já pode haver visitação orientada por monitores locais. Ilha informou que acabaram de chegar 14 brigadistas para prevenção de incêndios.
            Antes ainda do encerramento, a palestra de Miguel da Guia (Furg) abordou Erosão Costeira e Mudanças Climáticas, mostrando um panorama do processo erosivo do Hermenegildo.
            Apesar dos assuntos de grande interesse de toda a comunidade, lamentamos que o V Seminário da Ecopalmar não tenha atraído maior público no Clube Comercial.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MIRPS promoveu 4º Seminário com a temática "A mão negra na construção do Brasil"

   

   





      No programa Intervalo, na sexta-feira (18) comentamos que Domingo, dia 20 de novembro comemoramos o Dia da Consciência Negra no Brasil, data escolhida porque foi quando morreu, em 1695, Zumbi, o grande líder do Quilombo dos Palmares. Essa é uma homenagem para despertar uma reflexão sobre a inserção do negro na sociedade, buscando reduzir o racismo e a discriminação que sempre foram evidentes em nossa cultura. Através de um projeto lei, nº 10.639, de nove de janeiro de 2003 foi estabelecido o Dia 20 de Novembro como Dia da Consciência Negra no Brasil.
            No entanto, a luta contra as desigualdades já alcançou resultados bastante positivos, houve grande evolução, mas é claro que são menores os índices de pessoas negras nas universidades, repartições públicas, privadas, na política, enfim. Sabemos, entretanto, que essa diferença também acontece em relação ao sexo feminino e masculino, sendo que os homens ainda têm mais oportunidades. Por que existe hoje um número bem maior de poetas, artistas, escritores masculino do que feminino? Por causa do preconceito que havia e as mulheres com tais talentos não eram bem vistas na sociedade. Lembram da Chiquinha Gonzaga? Pois é, creio que hoje, pelo grande período em que estiveram excluídos, os negros estão ainda em desvantagem com os brancos, lutando para vencer a diferença.
            E é para superar definitivamente o preconceito, evidenciar valores da raça, destacar seus ícones, resgatar as suas origens, que tem grande expressão na formação brasileira, que surgiram movimentos. E o Mirps – Movimento de Integração Racial Palmares do Sul, desde 2008 vem atuando em Santa Vitória do Palmar.
            Na quinta-feira (17) aconteceu a abertura no Clube Liame, do IV Seminário do Mirps, que tem como tema “A mão negra na construção do Brasil”. Uma programação de alto nível, que além da exposição artesanal, com destaque para as obras da Professora Regina Mesquita, tivemos o privilégio de assistir quatro palestras que evidenciaram a participação da raça através da história.
            Primeiro, o Professor Homero relatou as origens e a influência negra nas famílias santa-vitorienses, e o surgimento da sociedade Liame Operário; Andréia Orfato, Doutora em Ciências Políticas fez uma abordagem sobre as conquistas históricas da raça, os prós e contras da abolição, deixando reflexões para o público; Paulo Potiguara Torino, demonstrou, mais um vez, seu profundo gosto e conhecimento sobre a música, principalmente MPB, destacando os grandes talentos negros de variadas décadas; Fernanda Torino, que tem Licenciatura em Artes Visuais, quem sabe por herdar da mãe, Magda Torino, a afinidade com a arte, fez um relato das obras negras, inclusive mencionando artistas mergulhões em todas as áreas...
            A noite foi ilustrada por apresentações de teatro, musicais e danças. Foi maravilhoso assistir o grupo do Mirps, sob a coordenação do professor Roger Correa, dar um show de capoeira e também a apresentação da peça teatral “Tenho fome de que?”, sob a direção de Malena Mesquita. O seminário do Mirps, que também tem programação no Chuí culminou no dia 20 com almoço festivo no CTG Tropeiro dos Campos Neutrais.