(02 dezembro 2011-12-02)
O V Seminário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Ecopalmar, Associação de Preservação Histórica, Arqueológica e Paleontológica e Instituto Litoral Sul, com o apoio da Prefeitura Municipal proporcionou exposições desde o dia 28 de novembro e palestras no dia 30, sediadas no Clube Comercial.
A Fundação Zoobotânica trouxe uma mostra de fotografias, o Eco Museu do Hermenegildo apresentou a exposição Gigantes do Passado, assim como a “Lixo Marinho/Costeiro”, e o evento culminou com uma quarta-feira (30) que contou com excelentes palestrantes, como o ecólogo e coordenador de educação ambiental da FZB, Felipe Amaral, também a bióloga Luiza Chomenko, o engrº.agrº. Gilson Teixeira, o técnico da ESEC Taim, Henrique Ilha e Miguel da Guia, da Furg.
Ao abrir o ciclo de palestras, o Presidente da Ecopalmar, Maurício Machado prestou uma homenagem à companheira há pouco falecida, Darci Calvete, que figura entre os fundadores da entidade e também foi idealizadora do Seminário. Maurício ainda falou das atividades da Ecopalmar, a finalidade principal que visa a busca de qualidade de vida para a população, com sustentabilidade e preservação ambiental.
Na manifestação do Prefeito, Eduardo Morrone, ele agradeceu a Ecopalmar pela realização de um evento de qualidade e destacando os visitantes estendeu o seu cumprimento a todos os participantes. – As ações que a Ecopalmar tem promovido são de extrema importância para a Prefeitura... Somos herdeiros de uma cultura produtivista. Como engenheiro, desde a faculdade havia grande dificuldade de inserir disciplinas de proteção ao meio ambiente, mas desde esse período aconteceram iniciativas protecionistas e agora chegamos a um momento de diálogo entre protecionismo x desenvolvimento... -
O ecólogo, Felipe Amaral abordou Educação Ambiental, Sensibilização e Mobilização Social, levando todos a uma reflexão sobre a necessidade de mudança de lógica e ampliação da discussão da cultura ambiental. O racismo ambiental (comunidades com diferentes possibilidades ambientais), a ambientalização, por exemplo, a inserção de uma cultura nova em um território, como o eucalipto que pode inviabilizar outras culturas produtivas. Assim, Felipe foi deixando interrogações: - Será que o crédito de carbono é justo? Queremos justiça climática, políticas que atendam cada questão com atenção. Para melhor compreensão, ele comparou o tipo de mobilização que não é o mesmo nas inundações em populações ribeirinhas e quando um furacão atinge todo mundo.
No movimento ambiental ainda está faltando diálogo com outros meios, mas Felipe entende que a Eco 92 (RIO) chamou pela primeira vez as comunidades para a discussão. Ele também ressaltou que na questão da reciclagem perdemos o caminho, pois as campanhas deveriam abordar a necessidade de produzir menos lixo.
Ainda na parte da manhã, a bióloga, Luiza Chomenko, da FZB e também integrante do Conselho da Alianza del Pastizal fez um relato sobre essa iniciativa, que visa a conservação dos campos nativos e envolve Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai. A Alianza del Pastizal trabalha agora na criação de um selo de certificação para a carne de animais nascidos e criados em propriedades que mantenham metade da área de campo nativo. Além disso, já há trabalho na área do arroz, com manejo diferenciado, tendo em vista a preservação ambiental.
Outro tema relevante nas palestras do V Seminário foi o arroz orgânico Amigo do Taim, a cargo do engenheiro, Gilson Teixeira. Ele evidenciou fatores necessários para uma produção ecológica, que normalmente contraria tendências e não tem um mercado pronto, nem pacote tecnológico. O arroz Amigo do Taim vem sendo produzido por seis produtores da Associação dos Trabalhadores da Lavoura (assentamento com crédito fundiário) desde 2003 e na safra 2004/2005, buscando uma solução comercial fez uma parceria com a Josapar. Hoje, a produção total é de 13 mil sacos em 180 hectares, com média de 100 sacos/ha, contando com o apoio do Nema (Núcleo e Educação e Monitoramento Ambiental).
Henrique Ilha, da ESEC Taim veio mostrar um pouco da história da região e as atividades, recursos e transformações que vem acontecendo para valorizar os atrativos da flora e da fauna do local. Hoje, o Taim, com 33 mil hectares está em processo de ampliação com uma proposta técnica de incorporação de propriedades públicas, como exemplo, a Fazenda Caçapava e implantação de uma zona de amortecimento. As unidades estão bem equipadas e tem trabalhado diretamente com pescadores e pecuaristas (parceria para manutenção). O sistema de telas está sendo reconstruído e a casa de bombas será utilizada como mirante e para exposições, sendo que já pode haver visitação orientada por monitores locais. Ilha informou que acabaram de chegar 14 brigadistas para prevenção de incêndios.
Antes ainda do encerramento, a palestra de Miguel da Guia (Furg) abordou Erosão Costeira e Mudanças Climáticas, mostrando um panorama do processo erosivo do Hermenegildo.
Apesar dos assuntos de grande interesse de toda a comunidade, lamentamos que o V Seminário da Ecopalmar não tenha atraído maior público no Clube Comercial.
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