quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MIRPS promoveu 4º Seminário com a temática "A mão negra na construção do Brasil"

   

   





      No programa Intervalo, na sexta-feira (18) comentamos que Domingo, dia 20 de novembro comemoramos o Dia da Consciência Negra no Brasil, data escolhida porque foi quando morreu, em 1695, Zumbi, o grande líder do Quilombo dos Palmares. Essa é uma homenagem para despertar uma reflexão sobre a inserção do negro na sociedade, buscando reduzir o racismo e a discriminação que sempre foram evidentes em nossa cultura. Através de um projeto lei, nº 10.639, de nove de janeiro de 2003 foi estabelecido o Dia 20 de Novembro como Dia da Consciência Negra no Brasil.
            No entanto, a luta contra as desigualdades já alcançou resultados bastante positivos, houve grande evolução, mas é claro que são menores os índices de pessoas negras nas universidades, repartições públicas, privadas, na política, enfim. Sabemos, entretanto, que essa diferença também acontece em relação ao sexo feminino e masculino, sendo que os homens ainda têm mais oportunidades. Por que existe hoje um número bem maior de poetas, artistas, escritores masculino do que feminino? Por causa do preconceito que havia e as mulheres com tais talentos não eram bem vistas na sociedade. Lembram da Chiquinha Gonzaga? Pois é, creio que hoje, pelo grande período em que estiveram excluídos, os negros estão ainda em desvantagem com os brancos, lutando para vencer a diferença.
            E é para superar definitivamente o preconceito, evidenciar valores da raça, destacar seus ícones, resgatar as suas origens, que tem grande expressão na formação brasileira, que surgiram movimentos. E o Mirps – Movimento de Integração Racial Palmares do Sul, desde 2008 vem atuando em Santa Vitória do Palmar.
            Na quinta-feira (17) aconteceu a abertura no Clube Liame, do IV Seminário do Mirps, que tem como tema “A mão negra na construção do Brasil”. Uma programação de alto nível, que além da exposição artesanal, com destaque para as obras da Professora Regina Mesquita, tivemos o privilégio de assistir quatro palestras que evidenciaram a participação da raça através da história.
            Primeiro, o Professor Homero relatou as origens e a influência negra nas famílias santa-vitorienses, e o surgimento da sociedade Liame Operário; Andréia Orfato, Doutora em Ciências Políticas fez uma abordagem sobre as conquistas históricas da raça, os prós e contras da abolição, deixando reflexões para o público; Paulo Potiguara Torino, demonstrou, mais um vez, seu profundo gosto e conhecimento sobre a música, principalmente MPB, destacando os grandes talentos negros de variadas décadas; Fernanda Torino, que tem Licenciatura em Artes Visuais, quem sabe por herdar da mãe, Magda Torino, a afinidade com a arte, fez um relato das obras negras, inclusive mencionando artistas mergulhões em todas as áreas...
            A noite foi ilustrada por apresentações de teatro, musicais e danças. Foi maravilhoso assistir o grupo do Mirps, sob a coordenação do professor Roger Correa, dar um show de capoeira e também a apresentação da peça teatral “Tenho fome de que?”, sob a direção de Malena Mesquita. O seminário do Mirps, que também tem programação no Chuí culminou no dia 20 com almoço festivo no CTG Tropeiro dos Campos Neutrais.

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