segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Péricles Azambuja nos deixa grande legado jornalístico e histórico


Muito nos entristece a morte do jornalista e, principalmente, nosso reconhecido historiador rio-grandense, Péricles Azambuja, que por toda a sua trajetória profissional e como cidadão santa-vitoriense ilustre deixou nos seus rastros um pouco da sua sabedoria.

            Uma memória esplêndida, surpreendente, que até agora, aos 85 anos demonstrava lucidez ao detalhar narrativas, datas e registros históricos sem precisar abrir um livro, ou rever velhos apontamentos.

            Sempre teve imenso respeito e confiabilidade no jornal O Vitoriense, colaborando muito, ilustrando nossas páginas culturais, que certamente ainda serão grande acervo para as gerações vindouras e de agora.

            Não esqueceremos esse expoente da história das “Terras e Mares do Chuí”, da sua imagem apontando na porta de nossa redação com um artigo na mão para publicarmos, confiando plenamente em nossa revisão.

            Para Santa Vitória do Palmar, enfim, em toda a “extremadura austral”, Péricles, por sua rica obra literária e histórica será sempre um orgulho, um ícone jamais esquecido.


Péricles com a jorn. Marília na década de 80

            Péricles Azambuja faleceu no dia oito de novembro de 2012. Natural de Santa Vitória do Palmar, onde nasceu no dia 13 de agosto de 1927. Estudou em Porto Alegre, no Colégio Julio de Castilhos e dedicou-se ao jornalismo desde 1947, aqui na sua terra. Escreveu no jornal Liberal, do qual foi diretor e redator. Em 1963 ingressou como correspondente e colaborador no jornal Rio Grande e também no jornal A Platéia de Livramento, assim como no Correio do Povo de Porto Alegre.

            Foi um dos fundadores do Esporte Clube Santa Cruz, aurinegro em homenagem ao clube uruguaio Peñarol. Foi diretor de expediente da Câmara de Vereadores de Santa Vitória do Palmar e sua vocação intelectual fez com que aprofundasse o estudo da história e geografia, escrevendo numerosos trabalhos, com informações das mais diversas fontes, levando-o a editar livros como História das Terras e Mares do Chuí, prêmio Gerdau pela UFRGS em 1978 como o melhor no gênero naquele ano. Entre outras tantas obras merece citação História e Geopolítica, verdadeiro compêndio de história do Continente gelado, que teve como objetivo alertar as autoridades, conscientizar a juventude, o povo sobre a vinculação do Brasil com a região polar austral. Além da Antártica abordou em suas obras a reserva do Taim e as Ilhas Malvinas. Dentro da sua visão teosofista estava por lançar a obra A Tríplice Coroa.

            Sua obra é enorme e tem grande valia e sempre merecerá citações e transcrições em nosso jornal. Sem dúvida, Péricles nos deixa grande legado antes de passar para um nível mais alto no caminho da eternidade...

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