quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vera Miranda recebe em elegante colóquio científico nas alturas do K2

Por Joca Schwab e Cláudia D’Ávila


Nem neves do Kilimanjaro, nem névoas do Pico da Neblina. Nas alturas do K2, em seu chiquérrimo recanto de inverno, Vera Miranda, ainda às voltas com o fim do fim do mundo previsto pelos magníficos profetas maias, recebeu a crème de la creme da intelligentzia científica do universo.

Lá’stavam: Einstein (e seu quase homônimo Eisenstein, que registrou tudo em preto-e-branco com sua inseparável e arqueológica câmera, para a posteridade), Copérnico (que deu um show à parte dançando o copérnico com Kraunus Sang e o Maestro Pletskaya, chegados diretamente da Sbórnia, que por lá flutuava, e que se tornaram uma bela surpresa no convescote), Galileu, Pasteur, e Newton, angustiado com a possibilidade da revogação de todas as suas leis. Lá’inda’stavam Giordano Bruno, e de Umberto, apenas o Eco. O alquimista retratado por Joseph Wright em 1771, que compareceu acompanhando Paracelso, por lá andava, ainda e sempre em busca da pedra filosofal.

Dando um toque espiritualizado e atual aos debates, lá também ‘stavam: Buda e Pest, Jesus Nazareno, Oxalá Meu Pai, Guru Ralah Ricota, o Dalai Lama, o Papa Bento Bentíssimo Dezasseis, A.Kardec e C. Xavier, além da eternamente e sempre Mãe Menininha do Gantois.

Belos camelos galopavam pelas encostas do monte, por lá levados pela reluzente anfitriã, a fim de serem caçados por seu consorte, o charmant Luciano Miranda. As corcovas dos quadrúpedes, recheadas de queijo de leite de iaque e lascas de casca de umbu (extraídas das matas de ombúes dos Campos Elíseos de Cebollatí de VM), foram assadas em brasas retiradas do Monte Vesúvio em braseiros de prata de Potosí, pois seus vapores concedem à carne um sabor inigualável. Com o acompanhamento da salada de bromélias afegãs e vitórias-régias amazônicas, regadas por azeite de oliveiras negras do Paquistão, arrancaram uivos de prazer dos convivas (especialmente de Epicuro, que foi quase inconveniente em seu assédio à bela Eva, a quem desnudava com os olhos). Eva, aliás, foi a responsável pela atração cultural da noite, desfilando diversos modelitos criados pelos mais famosos estilistas de todos os tempos, desta e de outras esferas, que cobriram sua bíblica nudez com panos de deixar Cleópatra ardendo de inveja. O must foi o modelo criado pela grande Irma Ramires y Ramires. A poetisa Carla Castro La Negra de los Otros Castros declamava seus poemas, transcritos para o sânscrito pela culta, bela e elegantérrima Nani Miranda durante o desfile. Num arroubo de ousadia, compondo uma bela e chic decoração viva, a voluptuosa bailarina Mariane Nicoletti Del Gran Kã Libre, balançava-se graciosamente no pêndulo de Foucault que, embasbacado com a grandiosidade da cena, babava. Euclides fazia a gentileza de limpar-lhe o queixo com regularidade ímpar, enquanto meditava sobre o equilíbrio das esferas e procurava, sob as almofadas de seda púrpura do Cairo, pela 4ª dimensão.

Voltando aos acepipes brilhantemente servidos, a sobremesa foi uma homenagem especial a Isaac Newton, para compensá-lo por suas preocupações acerca de suas leis (conta-se que nas alturas do K2 a gravidade revela segredos inconfessáveis). Maçãs bentas do paraíso, geradas nos pomares da Capela Sistina e colhidas pelas brancas e pequenas mãos das freiras carmelitas albinas anãs do Vaticano, levadas como um agrado à social social social anfitriã pelas bentas mãos do Papa Bento, cozidas nas areias das praias de Madagascar durante a última tempestade solar, cobertas com calda de leite condensado caramelizado com flocos crocantes e o delicioso chocolate Nestlé, presente que Verinha recebeu do próprio Henri, de sua reserva especial das alturas. Newton chorou ao comê-las, gemendo entre dentes "eureka, eureka, eureka..."

Bru Miranda brilhou sob o manto branco de neve da majestosa montanha, servindo em taças esculpidas por Rodin no gelo dos glaciares da Groelnlândia, drinks secretos ditados do além por sua madrinha Amy Whinehouse e psicografados por C.X. Os pimpolhos Vicente e Valentin, eternos bebês Obino e gênios, levitavam. A nota desagradável da noite ficou por conta de Mara Cloéh, que quase provocou avalanches e distúrbios sísmicos, tropeçando em almofadas e deixado cair maçãs sobre a cabeça do já desconcertado Newton.

Lá no’stavam nenhuma personagem da realeza desta e de outras épocas, Alexandre Hercovicht nem Walt Disney. Verinha Miranda, elegante e chique como sempre, não foi vista por seus convidados.

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