O Presidente da Federarroz, Renato Rocha esteve pela primeira vez em Santa Vitória e falou aos produtores no Sindicato Rural e Associação dos Arrozeiros, sobre as ações que aquela entidade vem desenvolvendo, além de ouvir as demandas da classe. Na ocasião também estiveram, Presidente da Associação dos Arrozeiros deste município, Márcio Silveira; Presidente do Sindicato Rural, Fábio A.Rodrigues; Representante do Prefeito Municipal, Roberto Carlos da Silveira; Vice-presidente da Federarroz e Presidente do Sindicato Rural de Jaguarão, João Alberto Silveira; Vice-presidente da regional sul da Federarroz, Frederico Costa, além de outras representações de Jaguarão e Arroio Grande.
Em princípio, Rocha apresentou um histórico da Federarroz, destacando a Abertura Oficial da Colheita como principal evento da entidade, inclusive, financeiramente.
-Todos os problemas da lavoura são discutidos na abertura da colheita, no seminário e nas reuniões setoriais com dimensão nacional. Ele mencionou, entre outras ações, o prévio contato feito com o Secretário da Agricultura do RS, Luis F.Mainardi que ainda não tinha empossado, para colocar as questões que afligem os produtores. - Bem cedo também tratamos com o Presidente do Irga e o governador e com todos conseguimos os avanços que temos hoje... Participamos da mobilização do Código Florestal... Em reunião com os bancos entregamos um documento solicitando a prorrogação das dívidas...Seguimos fazendo contato e audiências com autoridades políticas no estado e em Brasilia para resolver os problemas dos produtores. A proposta da Federarroz é de que sigamos em vigilia, com pressão em todas as forças políticas disponíveis, enfatizou Renato Rocha. ARROZ
Falta de abertura econômica e ineficiência tributária tiram a competitividade do produto gaúcho
Um almoço-palestra no Clube Comercial, no dia 08 de agosto marcou a presença dos representantes da Farsul, José Alcindo Ávila, Superintendente da Casa Rural e o economista, Paulo da Luz. O tema principal foi a falta de competitividade do arroz nacional no mercado mundial.
Como os mercados funcionam, suas oscilações, quem ganha dinheiro com o arroz, relação consumo/renda mundial, porque o preço do arroz serve para os demais países produtores e não para o Brasil? Essas questões foram apresentadas com base em estudos que apontam a realidade do mercado nacional.
Fora da Ásia, o Brasil aparece como o maior produtor e segundo o economista da Farsul, Antônio da Luz, há um nicho a ser explorado já o mercado internacional precisa importar 20,57 milhões de toneladas de arroz beneficiado além do asiático. Ele ainda desmistificou a idéia que queda no consumo mostrando que, ao contrário, houve um aumento de 2,4%. Países da América Central, do Oriente Médio e África são mercados em potencial.
- Se o Brasil que participa com 3% em exportação aumentar mais 3% pode ganhar mercado porque não tem país mais produtivo (dentro das porteiras) do que o nosso (média de 7.600 quilos/ha).
Armazenagem, tributação, livre mercado, logística e contratos futuros foram itens apresentados como determinantes nas relações de mercado mundial.
Um dos grandes entraves para a competitividade do nosso arroz é que o Brasil possui o mercado mais fechado do mundo, diz Antônio e questiona: Se a indústria pode adquirir o produto onde lhe for mais conveniente porque o produtor não pode fazer o mesmo em relação aos insumos, máquinas e implementos?
Por que o preço do arroz é satisfatório para a maior parte dos países e não para o Brasil? - Nosso custo de produção é absurdamente alto. 30% mais alto do que no Uruguai, por exemplo, onde pagam 1.400 dolares/ha e nós temos um custo de 2.200 dólares/ha. A carga tributária no Brasil incide sobre os custos de produção que são superiores aos de outros países, que só pagam tributos sobre a renda e o patrimônio (insumos, máquinas e implementos,fertilizantes, defensivos são tributados como se fossem bens de consumo final). Portanto, quem está lucrando com o arroz é o governo, inclusive com cifras bilionárias. Numa estimativa da Assessoria Econômica da Farsul, com a tributação em vigor aplicada sobre à área plantada na safra 2010/11 chega-se a R$ 1,046 bilhão de impostos arrecadados sobre custos de produção e arroz no RS. (53% p/estado, 42% aos cofres federais e 6% p/município). E ainda tem mais a arrecadação sobre o produto acabado. O arroz é um dos produtos que mais gera ICMs para o estado, arrecadando 422 milhões em 2010. A conclusão do estudo é que se o Brasil continuar inerte ao que ocorre no mundo será competitivo apenas em poucos produtos e precisará se fechar mais para se proteger da concorrência externa. "Esse ciclo de baixo incentivo à competitividade, fechamentode fronteiras, produção ineficiente está se agravando no Brasil e o arroz é apenas o primeiro sinal".
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