terça-feira, 16 de agosto de 2011

Patrimônio Imaterial

Garimpamos as histórias de pessoas da nossa terra que, em suas vidas simples e sem sobressaltos, nos remetem ao nosso passado histórico-cultural. Histórias que nos fazem ser o povo que somos hoje. Joca d’Ávila e Cláudia SchwabSonho, logo existo.
         Benaque nasceu em seis de janeiro de 1926, em Rio Grande. Dia de Reis. O dia em que os Reis Magos chegaram ao local de nascimento do Cristo e lhe deram presentes. Guri, ainda foi morar com o pai na capital do Estado. Cresceu, trabalhou em diversas atividades e terminou por chegar aqui, ainda junto com o pai, trabalhando primeiramente no matadouro e em açougue, até tornar-se produtor rural.
Quando pensamos no trabalho em um matadouro, vêm-nos à mente cenas rudes e brutais, mas o trabalho bruto não embruteceu as almas nem de pai, nem de filho. O pai de Benaque Gutierrez era acionista da Sociedade Cultural Theatro Independência e o filho... o filho cantava. Jovem ainda, na flor dos seus vinte anos, participou de um festival de música neste mesmo Theatro do qual o pai era sócio, junto a outros tantos como Ítalo Giudice, Gloris Brayer e Nilza Moreno. O festival serviu de estímulo para a criação da rádio A Voz do Palmar, que além de meio de comunicação da comunidade abria seus microfones aos cantores da terra.
          Mas a música não dava a Benaque seu sustento e o trabalho por fim afastou o jovem do sonho de continuar cantando. Só não matou o sonho. Hoje, aos 85 anos, os olhos de "seu" Benaque ainda brilham quando lembra de suas proezas como cantor. E ele ainda sonha voltar a cantar. Com certeza, esta capacidade de sonhar e acalentar seus sonhos é um legado que transmitiu aos filhos, herança cultural para toda a sociedade santavitoriense.

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